O candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, defendeu hoje o caráter “democrático” do processo adotado para garantir a validade da convenção estadual do partido. “O PT está muito tranquilo e soberano em sua decisão. O PT seguiu os procedimentos democráticos para definir seus candidatos e mostrou que vai ser implacável com o envolvimento com qualquer facção criminosa”, disse Padilha ao chegar a um evento com centenas de militantes no centro de Santo André, no ABC Paulista.
Agora à noite, o Tribunal de Justiça de São Paulo derrubou a liminar que havia anulado a convenção petista no Estado a pedido do deputado estadual Luiz Moura (PT). Moura foi suspenso do partido e impedido de se lançar candidato a um novo mandato na Assembleia Legislativa, após a divulgação da suspeita de ter se reunido com integrantes do PCC em março. Moura se diz inocente e alega que se reuniu com representantes de cooperativas de ônibus para evitar greves. A liminar anulando a convenção do PT havia sido obtida por Moura no fim de semana, no plantão judiciário, e foi agora derrubada após o PT recorrer da decisão provisória.
Padilha aproveitou também para falar aos jornalistas sobre os planos iniciais da sua campanha. Disse que irá “pra rua”, com uma caminhada de inauguração da sua campanha ao lado do ex-presidente Lula, marcada para o dia 18, nas ruas da região central da capital paulista.
Sobre o avanço nas pesquisas do candidato do PMDB ao governo paulista, Paulo Skaf, Padilha não quis comentar e disse apenas que o seu “único adversário é o governo atual”, em referência ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), que busca a reeleição.
Padilha falou brevemente sobre propostas de governo, como avançar mais rapidamente em obras de metrô e trens metropolitanas, acabar com a aprovação continuada no ensino estadual e garantir a segurança hídrica no Estado, criticando a demora do PSDB que, segundo ele, em 20 anos no governo não fez as obras para garantir o abastecimento em São Paulo.
Retorno de filiados
O evento que ocorre neste momento em Santo André marca a aproximação da campanha de Padilha com a tradicional militância sindical do partido. Após reuniões coordenadas pelo ex-presidente Lula no início do mês, o evento de hoje marca a adesão de 132 novos filiados do PT, a maioria deles sindicalistas que foram petistas e que tinham deixado o partido na década de 1990 por causa de divergências entre sindicatos de metalúrgicos de São Bernardo e Santo André e estavam agora no PDT. Com a decisão do PDT de apoiar Skaf nas eleições, esses integrantes acabaram decidindo por essa migração de volta ao PT.
A principal figura dessa refiliação é Cícero Firmino, conhecido como Martinha, presidente licenciado do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá e um dos fundadores do PT.
“É muita pretensão eu achar que vou eu ajudar a campanha de Padilha, mas nosso grupo vai ajudar. É simbólico, trazer essa força da militância que é muito grande”, disse Martinha, que afirmou ainda estar emocionado ao voltar ao partido “do qual nunca deveria ter saído”. Martinha é também secretário do Trabalho de Santo André, cujo prefeito Carlos Grana é do PT, o que também facilitou a aproximação.