Diante das articulações da base do governo para encurtar o debate sobre a denúncia apresentada contra o presidente Michel Temer, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) apresentou nesta terça-feira, 11, um requerimento à Mesa Diretora da Câmara pedindo a prorrogação por três sessões para a conclusão dos trabalhos na comissão.
Após receber o pedido, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu submetê-lo à apreciação do plenário. A votação sobre o assunto deve ocorrer ainda nesta terça. Mais cedo, Maia fez um apelo a deputados, pedindo o contrário: que a denúncia fosse analisada até sexta-feira. O Planalto espera ter 40 ou 41 votos na CCJ e tem pressa para que tudo seja votado antes do recesso, porque ninguém sabe como será o mês de agosto e ainda há duas denúncias a serem apresentadas pelo procurador Rodrigo Janot.
O prazo regimental para analisar a denúncia contra Temer terminaria nesta quarta-feira, 12. Se o pedido for atendido, a comissão poderá debater o assunto até a próxima segunda-feira, 17.
Pacheco tomou a decisão de apresentar o requerimento após líderes da base sinalizarem que iriam quebrar o acordo feito na CCJ de que haveria um amplo espaço para a discussão do assunto na comissão.
Estava previsto que além dos 66 deputados titulares e os 66 suplentes da comissão, outros 40, 20 da base e 20 da oposição, poderiam se pronunciar.
O Palácio do Planalto, no entanto, articulava encurtar essa fase de discussão e votar a denúncia no plenário já na sexta-feira, 14, antes do início do recesso parlamentar na próxima semana.