O governador Roberto Requião (PMDB), boa parte do secretariado e membros do primeiro escalão do governo receberam ontem, no Palácio Iguaçu, o general Lino Oviedo, que vive exílio político no Brasil desde janeiro de 2000, e seu candidato à presidência do Paraguai, Guillermo Sánchez, da União Nacional de Cidadãos Éticos (Unace).
A visita serviu para aproximar as lideranças paraguaias do Estado do Paraná. Durante o encontro Oviedo e Sánchez destacaram pontos importantes que serão trabalhados caso a Unace ganhe as eleições. Oviedo declarou que tanto o Paraná quanto o Paraguai são vizinhos, têm problemas parecidos e devem se unir para combatê-los. O governador Requião afirmou que o Brasil tem dividas históricas enormes com o Paraguai e que a eleição de Sánchez significaria uma integração nacionalista entre os dois países.
Conforme a assessoria de imprensa de Oviedo, Requião gravou um depoimento apoiando a candidatura de Sánchez que deve ser exibido na propaganda política do Paraguai. A comunicação do Palácio Iguaçu negou a informação.
“País pirata”
Sánchez disse que hoje o Paraguai vive um dos piores momentos de sua história, caracterizandoo como “país pirata”. A crise profunda é caracterizada pelo fato de o país dar guarida para delinqüentes. Uma das propostas do candidato é acabar com a impunidade. Principalmente no tocante ao tráfico de drogas, comércio de produtos falsificados e roubo de carros (com legalização deles) de países vizinhos como o Brasil. “O Paraguai precisa dessa parceira (com o Brasil). Isto pode devolver a dignidade que o país merece”, afirmou Sánchez.
Oviedo endossou as palavras de seu candidato e comentou seu exílio político (ele é acusado de tentar dar um golpe militar e derrubar o presidente Carlos Wasmosy em 1996).