O senador Osmar Dias (PDT) anunciou ontem que irá se submeter a uma cirurgia para a extração da veia safena das pernas na próxima quarta-feira, dia 24, e que deverá ficar em repouso médico durante trinta dias. Antes de tornar pública a informação, o senador telefonou aos dirigentes do PSDB e PFL para comunicá-los do seu problema de saúde, que deve adiar novamente sua decisão sobre a candidatura ao governo do Estado, aguardada com ansiedade por tucanos e pefelistas.
Em nota oficial divulgada no início da tarde, o senador disse que irá se recuperar a tempo de tomar as definições necessárias às eleições. "Obedeço à determinação médica, confiante no sucesso da operação, que possibilitará o retorno às atividades políticas exigidas pelo meu mandato de senador e pelo meu partido, neste momento de definições que antecede as eleições, dentro do tempo necessário e, principalmente, gozando de plena saúde para enfrentá-las", afirmou.
Osmar justificou, na nota, que a safenectomia bilateral foi considerada um procedimento inadiável pelos médicos que o assistem. Conforme o senador, que sofre de flebite, houve uma tentativa de controle da doença por meio de um tratamento à base de medicamentos. Entretanto, o tratamento não foi eficaz, obrigando-o à realização da cirurgia.
Na nota, o senador informa que a cirurgia será o desdobramento de uma intervenção anterior, realizada em 94, quando retirou parte das safenas. Osmar afirmou que, embora tenha cumprido todas as orientações médicas, reduzindo seus deslocamentos e diminuindo sua agenda de compromissos, não foi possível evitar a cirurgia. "Afirmo que cumpri rigorosamente todas as orientações médicas, inclusive diminuindo minha movimentação pelo Estado, antes sempre muito intensa, buscando exatamente a solução do problema e tentando evitar uma intervenção cirúrgica, decidida somente na semana passada pelos médicos, considerada a única forma de resolvê-lo definitivamente", declarou na nota.
Sem alterações
O presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, disse que a cirurgia do senador não altera os planos eleitorais dos três partidos. "Não tem problema. Nós tivemos uma boa conversa e esse episódio não altera nada. Daqui a pouco, o senador está de volta, bom de saúde e pronto para fazer a campanha. Melhor que ter um problema durante a campanha. É bom prevenir e nós estamos torcendo para que ele se restabeleça o quanto antes", afirmou o dirigente tucano.
Na semana passada, Rossoni declarou que estava se esgotando o prazo para o senador decidir sobre sua participação na sucessão estadual. E que a demora do pedetista estava fragilizando a tese da construção de uma candidatura única pela oposição ao governo do Estado, beneficiando a ala do PSDB, que trabalha para um acordo com o PMDB para apoiar a reeleição do governador Roberto Requião.
A divulgação da cirurgia do senador foi o segundo fato esta semana que abalou os partidários da sua candidatura ao governo. O primeiro foi uma reunião da executiva nacional do PDT, no Rio de Janeiro, que deliberou favoravelmente ao lançamento da candidatura do senador Cristovam Buarque à presidência da República. Com a regra da verticalização das coligações, partidos que tiverem candidatos a presidente da República não podem fazer coligações estaduais diferentes da aliança nacional. Como o PSDB também tem candidato, o lançamento de Cristovam Buarque é um empecilho à aliança entre tucanos e pedetistas no Paraná.