O presidente do diretório estadual do PDT, senador Osmar Dias, declarou ontem que os prefeitos do partido que apoiaram a candidatura do governador Roberto Requião (PMDB) em 2006 vão ficar sem legenda para disputar as eleições municipais do próximo ano. A decisão foi tomada no encontro dos coordenadores do PDT estadual, realizado ontem em Curitiba, e faz parte dos planos de reestruturação do partido.
?Os que não souberam resistir às pressões que receberam, perderão o comando do partido. Quem quiser ser candidato pelo PDT precisa ter identidade, respeito às decisões do partido, companheirismo e lealdade?, declarou o senador.
O PDT está começando um processo de reestruturação dos diretórios municipais no Paraná cujo objetivo é preparar o partido para as eleições de 2008. Segundo Osmar, uma série de reuniões técnicas e seminários vão ser realizados para organizar o partido para elaborar projetos de governo.
A fim de evitar um racha como o que aconteceu nas eleições de 2006, quando parte dos prefeitos pedetistas recusaram a candidatura de Osmar em favor da reeleição de Requião, o principal critério do PDT para atrair novos filiados e para escolher chapas de vereadores, prefeitos e vice-prefeitos será o da lealdade. No encontro das lideranças pedetistas ficou decidido que até setembro, data limite para que novos filiados possam concorrer a cargos nas próximas eleições, a legenda estará organizada no Paraná.
Alianças
Osmar disse que não acredita que esteja acontecendo uma aproximação entre o senador tucano Alvaro Dias e o governador Roberto Requião (PMDB). ?É tão absurdo que não acredito que esteja acontecendo algo assim. Isso contrariaria a história política do Paraná nos últimos vinte anos?, declarou. A especulação de que houvesse uma aproximação entre Alvaro e Requião surgiu depois que os dois políticos tiveram um encontro cordial em evento do setor de supermercados, no final de semana, em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, onde conversaram rapidamente.
O senador comentou também a decisão do diretório estadual do PSDB de ir integralmente para a oposição ao governo, aprovada em reunião das principais lideranças do partido na semana passada. Na avaliação do senador, o partido adotou uma posição coerente. ?O PSDB não poderia ficar assistindo às desavenças entre o prefeito Beto Richa e o governador sem se pronunciar. Acho que o partido precisava adotar uma posição?, disse.
E com o PSDB na oposição ao governo, segundo Osmar, fica mais fácil uma aliança institucional entre tucanos e pedetistas. ?Isso facilita muito a conversa?, avalia o senador, lembrando que as legendas foram parceiras em 2006.
Segundo Osmar, o PDT também manterá sua postura de oposição ao governo estadual. ?O PDT foi escolhido pela população para fazer oposição ao governo do Estado. Vamos manter a coerência que sempre tivemos. Mas faremos oposição com responsabilidade. Não vamos fazer oposição para tumultuar o governo. Mas o partido não deixará de cumprir o seu papel e fará oposição ao governo?, afirmou.