Sucessão

Osmar quer ajuda de Lula para fortalecer candidatura

Para fechar o acordo eleitoral com o PT no Paraná e abrir o palanque para a ministra Dilma Rousseff na sucessão presidencial, o senador Osmar Dias (PDT) quer que o presidente Lula (PT) atue para agregar todos os partidos da sua base aliada em torno da candidatura do pedetista ao governo.

Os termos do acordo desejado pelo PDT do Paraná foram comunicados ao ministro do Trabalho e presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, na reunião realizada em Brasília anteontem à noite, com a participação de Osmar, o presidente em exercício do PDT, deputado Augustinho Zucchi, e do líder da bancada estadual, Luiz Carlos Martins.

Uma candidatura única do PMDB, PP, PR, PSB, PTB, PC do B, entre outros, é considerada vital para que Osmar possa concorrer em condições de vitória contra o prefeito de Curitiba, Beto Richa, pré-candidato do PSDB ao governo.

“Nós não queremos impor condições. Mas achamos que a aliança deve refletir a amplitude de todos os partidos da base”, disse Zucchi. Se não houver a possibilidade de reprodução da base aliada no palanque de Osmar, o PDT tem outras opções de alianças, afirmou o presidente do partido.

Questionado sobre quais seriam essas novas possibilidades, o deputado respondeu que, por enquanto, o esforço é para construir o acordo com o PT e aliados. “Por enquanto, estamos de um lado do rio. Se respondesse, já estaria indo para o outro lado”, resumiu.

Nos bastidores das articulações, a versão é que se fracassar a aliança com o PT, o senador pedetista pode aglutinar o PPS, o PP e o DEM à sua candidatura. Os três partidos, atualmente, estão mais próximos do PSDB, mas sempre defenderam a reedição da aliança que reelegeu Beto em 2008 e estariam abertos a fazer uma opção pelo pedetista.

Neste caso, o PT poderia voltar-se novamente para o velho parceiro de eleições, o PMDB, como sempre reclamou o governador Roberto Requião (PMDB) que não aceitou a preferência do PT pelo PDT e decidiu encampar a candidatura do vice-governador Orlando Pessuti à sua sucessão.

O líder do PDT na Assembleia Legislativa, deputado Luiz Carlos Martins, afirmou que o PDT já avaliou a situação e sabe que poderá ser acusado de estar exigindo de Lula “o impossível” ao pedir a adesão do PMDB que já tem um candidato ao governo e que dispõe de uma expressiva ala pronta a se aliar ao PSDB.

“Nós já sabemos que podem dizer que nós estamos colocando a faca no pescoço do PT. Mas, na verdade, nós estamos é tirando a faca da nossa cabeça”, afirmou Martins, justificando que o PDT está sendo acusado de adiar o acordo. “Nós vamos participar de uma eleição que não é fácil e precisamos ter uma base sedimentada e forte. E também precisamos definir porque não podemos ficar nesse vai e vem”, comentou.