O senador Osmar Dias (PDT) lamentou, ontem, a decisão do senador Alvaro Dias (PSDB), de não se posicionar na disputa ao governo do Estado. Osmar, que esperava ter o irmão a seu lado na campanha eleitoral para o governo, afirmou que o apoio de Alvaro seria muito importante para ele do ponto de vista pessoal e político.
Osmar disse que respeita as justificativas apresentadas pelo irmão, mas observou que já houve casos em que o PSDB liberou seus filiados do compromisso partidário. Essa mesma posição poderia ser adotada no caso do Paraná, cogitou Osmar.
“Ele (Álvaro) foi a pessoa que mais me estimulou a disputar o governo, quando ele deixou de ser o candidato do PSDB ao governo. E eu esperei até o último momento antes de o PSDB decidir seu candidato ao governo antes de me lançar candidato”, comentou.
O senador não vê relação entre a sua candidatura ao governo e a retirada da indicação de Alvaro como candidato a vice-presidente na chapa do ex-governador José Serra (PSDB) à presidência da República.
“O Alvaro não pode ser tratado como um político que depende de um arranjo como esse para ser escolhido candidato a vice-presidente. Ele foi escolhido pelas virtudes dele. Eu, como irmão dele, não aceito que digam que a indicação dele dependia de um arranjo. Eu também converso com as lideranças do DEM e sei que não foi isso que aconteceu”, disse o senador.
Sem remorso
A decisão de ser candidato ao governo do Paraná, na coligação com o PT e PMDB, somente foi tomada depois que recebeu um comunicado de que Alvaro não era mais candidato a vice-presidente.
“Naquele momento eu tinha apenas uma opção. Ou aceitava ser candidato ao governo ou iria para a casa e colocava o pijama. Porque estava proibido de ser candidato na chapa do PSDB e candidatura avulsa, não aceito nem o nome, quanto mais fazer, na prática, um acordo branco”, afirmou o candidato pedetista ao governo.
As lideranças dos partidos que estão aliados à sua candidatura são testemunhas de que condicionou sua candidatura à decisão do PSDB e DEM sobre o destino do irmão Alvaro Dias na chapa de Serra, garantiu o senador. “Esperei até a última hora. Os partidos suspenderam as decisões nas convenções porque entenderam que eu tinha um constrangimento”, afirmou o pedetista.
Apesar dos dilemas familiares, Osmar disse que não se arrepende da decisão de aceitar a aliança com o PT e se juntar ao presidente Lula e a ex-ministra Dilma Rousseff na campanha.
“Estou muito animado”, disse o senador que, nesta primeira semana de campanha, perdeu o temor que tinha sobre o grau de adesão do PMDB e PT na sua campanha. “Aonde vou, tem um exército de pessoas me esperando. Os meus aliados estão muito mais presentes do que eu poderia imaginar”, afirmou.