Sucessão

Osmar e Pessuti negociam aliança em Brasília

O senador Osmar Dias (PDT) e o governador Orlando Pessuti (PMDB) se reuniram ontem à noite, em Brasília, com os presidentes nacionais do PT, José Eduardo Dutra, do PDT, Carlos Lupi, e do PMDB, Michel Temer.

Pode ter sido a última rodada das negociações para montar o palanque único da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de outubro, no Paraná.

Antes do encontro, Pessuti reuniu-se com Temer e admitiu que poderia se retirar da disputa, em favor da candidatura de Osmar Dias ao governo, mediante um acordo para garantir a participação do seu grupo político nos futuros governos estadual e federal.

A conversa teve a participação dos presidentes estaduais do PT, Enio Verri, e do PMDB, Waldyr Pugliesi. O líder do governo na Assembleia Legislativa, Caito Quintana (PMDB), o presidente do PDT do Paraná, Augustinho Zucchi e a pré-candidata do PT ao Senado, Gleisi Hoffmann, também foram a Brasília acompanhar o encontro.

Além da desistência de Pessuti, o acordo dependia também da concordância de Osmar com as condições estabelecidas pelo grupo para juntar os três partidos e formar o palanque da candidata do PT à presidência da República, ex-ministra Dilma Rousseff.

A reunião foi realizada antes do final do prazo de três dias estipulado por Osmar para que a executiva nacional do PDT responda à consulta formulada pelo partido no estado sobre a possibilidade de coligação com o PSDB.

Na proposta à direção nacional, Osmar seria candidato ao Senado e indicaria o candidato a vice-governador na chapa do ex-prefeito de Curitiba ao governo, Beto Richa.

O documento enviado por Osmar Dias mobilizou os dirigentes de PDT, PT e PMDB, que viram o risco de perder o palanque forte que vislumbram para a presidenciável Dilma Rousseff (PT) no Paraná. Antes do encontro, as avaliações feitas por petistas, peemedebistas e pedetistas é que não seria fácil conciliar os interesses.

“A expectativa é que os argumentos políticos das direções nacionais sejam convincentes para que os dois lados, PMDB e PDT, abram mão de alguma coisa em favor do acordo”, disse o presidente estadual do PT, Ênio Verri.

Mas o PT também não ficou a salvo das cobranças para fazer concessões. Tanto que Gleisi viajou junto com Verri para marcar posição sobre sua pré-candidatura ao Senado, que poderia ser ameaçada pela insistência de Osmar em tê-la como candidata a vice-governadora em sua chapa.

O pedetista já nem citava esta como uma das condições prioritárias para um acerto com o PT e PMDB, mas também não descartou a exigência. Até as 21h30 de ontem, os pré-candidatos e os presidentes dos partidos não haviam deixado a sala de reuniões da sede do PT Nacional em Brasília.