Acendeu o sinal vermelho no QG tucano, que considerava encaminhado o acordo para que o senador Osmar Dias (PDT) concorresse ao Senado na chapa em que o ex-prefeito Beto Richa (PSDB) é candidato ao governo.

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As tratativas, sem intermediários, entre o governador Orlando Pessuti (PMDB) e o senador Osmar Dias (PDT), que começaram na noite de anteontem e prosseguiram ontem, em dois encontros apenas entre os pré-candidatos, deixaram os tucanos em suspense.

Pessuti ainda não arredou pé da candidatura à reeleição, mas o simples fato de ter aberto o diálogo com o senador pedetista deixou esperançosa a ala do PMDB que defende a aliança entre os dois partidos, incluindo o PT.

Anderson Tozato
Pessuti: à mesa com Osmar.

Na conversa com Osmar, foram colocadas todas as hipóteses, afirmou o presidente estadual do PMDB, deputado Waldyr Pugliesi, que se reuniu com o governador ontem pela manhã, junto com o líder da bancada do governo na Assembleia Legislativa, Caito Quintana.

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Os peemedebistas não revelam os termos da negociação, mas uma das projeções para um acordo prevê a desistência do governador que, em troca, exigiria a prerrogativa de indicar o candidato a vice-governador. “Os atores são inúmeros e as coisas não estão fechadas, mas quando se conversa, pelo menos no campo das ideias, tudo é possível”, desconversou Pugliesi.

Os mais alvoroçados com as negociações são os deputados estaduais peemedebistas, que viram na aliança com o PDT a solução para garantir a reeleição à Assembleia Legislativa.

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Em reunião ontem pela manhã, a maior parte da bancada chegou à conclusão que Pessuti deve retirar a candidatura em favor de uma grande aliança com o PT e PDT, acreditando que o PMDB poderá formar uma chapa com os dois partidos na eleição proporcional.

Arquivo
Pugliesi: “Tudo é possível”.

No seu escritório político, no Centro Cívico, o ex-governador Roberto Requião acompanhava, de longe, as articulações. “De jeito algum, Osmar Dias vai tocar a vuvuzela do Rossoni. Aleluia”, ironizava ontem o ex-governador em seu twitter.

Ele é favorável à aliança com o PDT, que remove o senador Osmar Dias do seu caminho para uma das vagas ao Senado, mas tem pouco a fazer para ajudar no acordo.

Mais tarde, questionado por um seguidor se iria conversar com Osmar e se haveria realmente acordo, respondeu: “Aguardemos, vamos ver em que vuvuzela ele assopra”.

Apesar de ter o controle da maioria dos 462 delegados à convenção estadual, pouco vai adiantar para Requião levar o caso à convenção do PMDB. Até o dia 27, data da convenção, ou Osmar já terá se entendido com Pessuti ou estará aliado ao PSDB.