Sucessão

Osmar e Beto têm que apagar incêndios entre os aliados

No centro da disputa eleitoral, os candidatos ao governo, Beto Richa (PSDB) e o senador Osmar Dias (PDT), vão ter que se movimentar com muita diplomacia entre seus próprios aliados. Há focos de discórdia na seara dos dois candidatos, que já estão às voltas com atritos internos nas chapas. No palanque de Osmar tem o curto circuito entre o ex-governador Roberto Requião e o atual, Orlando Pessuti (PMDB), que declarou no interior do Estado que ainda tinha dúvidas se iria apoiar o correligionário.

Também há escaramuças entre Requião e o candidato a vice-governador Rodrigo Rocha Loures (PMDB), escolhido por Pessuti, com o veto de Requião. Na coordenação de campanha de Osmar, está o ex-governador Mário Pereira, vice-governador no primeiro mandato de Requião. Os dois romperam quando Pereira substituiu Requião no último ano de governo. A chapa ao Senado, Requião divide com a ex-presidente estadual do PT Gleisi Hoffmann, cujo marido, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, é um desafeto do ex-governador.

No círculo de Beto, as desavenças estão na chapa ao Senado. O deputado federal Gustavo Fruet aceitou “em nome da causa” dividir a chapa com o deputado federal Ricardo Barros (PP). Fruet foi contra a coligação do PSDB com o PP desde o início das negociações. Em Brasília, enquanto Barros está no bloco dos aliados do presidente Lula (PT), Gustavo é um dos expoentes da oposição. O senador Flávio Arns, candidato a vice-governador, esteve ao lado de Gustavo na resistência ao acordo com o PP. O deputado federal Luiz Carlos Hauly também esteve neste movimento. Em entrevista à rádio CBN, anteontem, Fruet não fez referências a Barros, mas fez uma declaração que chamou a atenção.

Disse que tem adversários fortes, mas se definiu como a “única candidatura que vai estar abertamente ligada ao Beto Richa e ao ex-governador José Serra”. E que a imprevisibilidade diz respeito ao segundo voto nas chapas.

Há ainda um foco nervoso nas relações do candidato ao governo com o senador Alvaro Dias. Embora latente, este conflito que se desenrolou durante o processo de escolha do candidato ao governo, poderá ressurgir durante a campanha eleitoral. Álvaro tem uma boa justificativa para manter distância do palanque de Beto. O irmão, o senador Osmar Dias (PDT) é candidato ao governo, na coligação da oposição. A julgar pelas declarações recentes de Álvaro, ele vai se dedicar exclusivamente à campanha de José Serra à presidência da República.

O senador Osmar Dias disse que sua coligação é plural e que não pretende se envolver nas encrencas internas. “Há diferenças na coligação. Mas não vou discutir isso. Sou candidato ao governo do Estado em torno de um projeto, que reúne todos os que estão nessa coligação. O meu propósito é apresentar uma alternativa para o Estado. Um estado como o Paraná, com sete milhões de eleitores, não poderia ficar sem uma alternativa”, afirmou. Já Beto Richa, afirmou que “nosso partido é pluralista, democrático, há espaço para diferentes posições, mas a coligação com o PP foi votada em convenção e aprovada pela maioria dos delegados do partido. Quem pensa que vai vencer sozinho está fadado ao insucesso”.

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