O senador Osmar Dias (PDT) invocou os testemunhos dos dirigentes nacionais e estaduais dos partidos aliados nas eleições municipais de 2008, para responder ao prefeito de Curitiba, Beto Richa, que, em entrevista a O Estado, afirmou “nunca” ter havido um pré-acordo com o pedetista para apoiá-lo na sucessão estadual do próximo ano.

continua após a publicidade

Osmar disse que não comenta mais o assunto e, para saber, de fato, o que ficou combinado nas negociações do ano passado, é preciso ouvir os presidentes nacionais do PSDB e PPS, assim como os presidentes estaduais dos dois partidos, e ainda do PDT, do PP e do DEM.

“Eu sei os compromissos que assumo e tenho por regra cumpri-los”, disse o senador. Ele evitou comentar o encontro estadual do PSDB, realizado no sábado, dia 19, quando a direção estadual consolidou a decisão de lançar a pré-candidatura de Beto ao governo, junto com a pré-candidatura do senador Álvaro Dias, o primeiro a apresentar seu nome. Osmar não compareceu à reunião tucana, dominada pelos partidários da candidatura de Beto ao governo.

Apesar de ter compartilhado a mesa e as posições com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, em defesa da distribuição dos recursos do Pré-Sal, na audiência realizada ontem, na Assembleia Legislativa, o senador afirmou que a discussão não pode se misturar à disputa eleitoral.

continua após a publicidade

“O Pré-Sal não é do PDT, nem do PT, nem do PSDB. É do povo brasileiro”, resumiu o pedetista. Ele disse que sua aproximação com o presidente Lula não implica compromisso de aliança eleitoral, no Paraná. Mas considera “importante” a possibilidade de apoio do presidente da República à sua candidatura. “O apoio de todas as pessoas que têm a popularidade do presidente Lula é muito importante”, disse.

Com afeto

O ministro Paulo Bernardo disse que o PT está conversando com todos os partidos que têm candidatos. E que paralelo ao diálogo com Osmar, o PT busca uma negociação com o PMDB.

continua após a publicidade

Bernardo classificou como “fofoca” o mal-estar causado ao governador Roberto Requião (PMDB) pelas suas declarações sobre o esforço do partido para fazer uma composição com Osmar.

Irritado, o governador viajou ao interior na quinta-feira passada, quando o presidente Lula veio a Curitiba para a posse do desembargador Ricardo Tadeu Marques da Fonseca, primeiro cego a assumir o cargo no país.

“O PT do Paraná tem o maior carinho e respeito pelo Requião. A Gleisi (presidente estadual do PT) já conversou com o governador. Ela é mais jeitosa que eu. E quem fala em nome do PT é a Gleisi. É isso que está valendo”, disse o ministro.

Entretanto, o vice-governador Orlando Pessuti não compareceu à audiência pública. Um assessor explicou a Bernardo que Pessuti tinha um compromisso muito importante na mesma hora. Na mesa de autoridades, estava o chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro.

O líder do governo na Assembleia Legislativa e vice-presidente estadual do PMDB, Luiz Claudio Romanelli, não foi convidado a compor a Mesa. “Será que aquela composição da mesa é a mesma da eleição no próximo ano?”, provocou o peemedebista, referindo-se à combinação entre petistas e pedetistas na mesa de autoridades.