O PDT do Paraná reuniu, na tarde de ontem, todo o seu conselho político (formado pelos prefeitos e parlamentares do partido) para discutir as estratégias para a candidatura do senador Osmar Dias ao governo do Estado.

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Se da reunião não saiu nenhuma definição pública acerca das alianças, apenas que “serão definidas pela executiva estadual” como diz nota do partido, o encontro deixou a sensação de que o entendimento com o PT está próximo.

Sensação evidenciada pelas declarações do pré-candidato. Osmar Dias disse que a definição das alianças não é prioridade no momento, que o partido concentra-se na continuação do Projeto Paraná (série de reuniões em todas as regiões do Estado) para elaborar o Plano de Governo e a edição de uma carta de princípios que norteará a discussão das alianças.

“Entre os princípios, por exemplo, estará que não aceitamos, em hipótese alguma, discutir privatização de empresas públicas. Esse é um compromisso, é um princípio, estará na mesa e se um partido for daquela linha de defender as privatizações, talvez ele não vá querer fazer aliança conosco”, disparou Osmar Dias.

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Questionado se ainda pensa em estar junto com Beto Richa (PSDB), Osmar cometeu um ato falho, que também reforça a tese de aproximação com o PT. “Não temos a preocupação de discutir quem será adversário, porque queremos discutir primeiro quem serão os nossos companheiros. E o que vai balizar quem serão os companheiros serão as linhas de atuação que queremos priorizar e o programa de governo que estamos elaborando. Nós esperamos que os partidos que pensam que é possível fazer uma grande renovação, mas uma renovação com propostas, com ideias, com experiência possam se somar a esse projeto”.

O presidente em exercício do partido, deputado Augustinho Zucchi, também deu a linha da discussão das alianças. “A população do Paraná sabe que nosso aliado natural no Paraná não é o PT. O PT apoiou, inclusive, nosso adversário nas eleições passadas. Mas há que se considerar que um pedido do presidente Lula, o mais popular da história recente política do Brasil. Somente esse fato já nos faz considerar essa possibilidade”, comentou.

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“Tanto podemos formalizar essa aliança quanto podemos percorrer o caminho natural que percorremos no Estado, desde 2004, quando apoiamos Beto Richa à prefeitura de Curitiba. Esse seria o caminho natural, mas a política nem sempre segue o caminho natural e esse outro caminho com o PT não é nada diferente do que segue o espectro nacional”, analisou.

O PDT, no entanto, não tem pressa para definir a situação. “Estabelecemos um cronograma e vamos segui-lo. Por isso, não vamos antecipar nada em relação a alianças. Queremos, antes, que os partidos que estão desejando aliança com o PDT venham debater conosco esse projeto. Acho que até as convenções (em junho) teremos a conclusão deste procedimento”, disse Osmar, garantindo que nem mesmo a necessidade de definição antecipada para abril no PSDB, por conta da obrigação de renúncia de Beto Richa, interferirá na decisão “Isso é problema deles”.

PDT discute na quinta-feira programa de governo com Dilma

O senador Osmar Dias confirmou que participará, ao lado do ministro Carlos Luppi e de outras lideranças nacionais do PDT, de almoço com a ministra Dilma Rousseff na próxima quinta-feira, para discutir o apoio do partido à pré-candidata do PT à presidência da República.

Segundo Osmar, o ,partido levará à ministra alguns itens que quer ver incluídos no programa de governo petista para confirmar o apoio já indicado pela direção nacional do partido.

Segundo Osmar, a educação em tempo integral, o fortalecimento das empresas públicas, principalmente os bancos e a questão do pré-sal, que o PDT defende a partilha igual para todos os brasileiros, serão alguns dos assuntos colocados na mesa.

O ministro Carlos Luppi destacou, ainda, a questão da redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução de salários. Proposta que já tramita no Congresso mas sem garantia de aprovação.

A questão dos estados também será discutida na reunião de quinta-feira, mas Osmar descartou a possibilidade de deixar o encontro com a aliança fechada com o PDT no Paraná.

“Vamos levar as prioridades do PDT a nível nacional para uma eventual aliança. Não é uma reunião para fechar nada, vamos apresentar isso a todos os partidos que quiserem conversar conosco”, disse.

Osmar lembrou que já houve a sinalização de preferência à candidatura de Dilma, “mas houve também decisão de que nos estados o partido está liberado para fazer suas alianças, mas é claro, respeitando o programa do partido. Por isso que não abrimos mão desta carta de princípios”.