O secretário nacional de Comunicação do PT, deputado federal André Vargas, disse ontem que, apesar das inúmeras tratativas e das trocas de “farpas” entre as partes, ainda acredita numa aliança entre o PT e o PDT de Osmar Dias para o governo do Paraná nas próximas eleições.

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Vargas disse que a chapa ideal contaria com o apoio do PMDB já no primeiro turno, mas que não vê muita complicação em o PMDB manter a candidatura do governador Orlando Pessuti e todos se unirem no segundo turno contra o tucano Beto Richa. Osmar, no entanto já declarou que ou é candidatura única da base, ou não tem acordo.

Se o PMDB e o PT insistirem na proposta de distribuir a base do presidente Lula em dois ou três palanques no Paraná na disputa ao governo, vão ouvir um sonoro “não” do senador Osmar Dias (PDT).

“Se for esse o caminho, eu não topo. Já deixei claro desde o começo o que eu queria. E não mudei uma vírgula. Nem três nem dois palanques”, afirmou o senador.

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Osmar avalia que o encontro entre o presidente Lula e o governador do Paraná, Orlando Pessuti (PMDB), tornou mais distante a possibilidade de acordo entre os três partidos no Estado.

“Esta reunião foi bastante clara. O que havia sido proposto, não vai acontecer”, disse o pedetista, em referência à promessa de Lula de unir a base em torno de uma candidatura única ao governo e à posição de Pessuti em não abdicar da disputa, mesmo estando mais de vinte pontos atrás de Osmar nas pesquisas de intenções de votos.

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“O presidente respeitou o Pessuti. Eu também respeito. É muito difícil você pedir para uma pessoa desistir do seu projeto. Eu entendo”, comentou o senador. Ele disse que irá abrir as discussões sobre a participação do partido na eleição já no primeiro dia do prazo de realização de convenções, dia 10, mas a decisão final pode ocorrer até o dia 30. “Nossa convenção vai ficar aberta até lá”, afirmou o senador, sinalizando que não tem pressa em responder à proposta do PSDB de concorrer ao Senado na chapa encabeçada pelo ex-prefeito Beto Richa ao governo.

Osmar disse que estranhou a vinda surpresa do ex-governador de São Paulo José Serra a Curitiba anteontem. O senador disse que nem sabia que Serra viria e assegurou que não esteve com o pré-candidato do PSDB à presidência da República.

Mas André Vargas disse não acreditar na desistência de um pré-candidato com 33% das intenções de voto. “Ele quase venceu (Roberto) Requião na última eleição. Nós todos temos de ter calma. É preciso ver o Paraná e o Brasil que nós queremos. A Dilma Rousseff tem o mesmo número de intenção de votos que o Osmar tem aqui no Estado. Essa soma faria muito bem ao Paraná”, disse.

Um dos criadores das farpas entre petistas e pedetistas, Vargas disse, ontem, que “é hora não de usar o fígado e sim a cabeça para tomar as melhores decisões”.

O petista, no entanto, reconhece a dificuldade de convencer Pessuti a aderir ao palanque único. “Entendo que todos devam estar juntos. Senão no primeiro turno, no segundo turno, mas para isso é preciso um líder que enfrente de fato Beto Richa, que é candidato da elite curitibana. Se eventualmente Osmar não sair, o que seria lamentável, o Pessuti seria esse alguém para mostrar que não é possível eleger alguém que não tenha qualificação para ver o conjunto do Paraná”, declarou.