A coordenação da campanha do senador Osmar Dias (PDT) ao governo do Estado está negociando uma nova visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da candidata à sucessão presidencial, Dilma Rousseff (PT), ao Paraná ainda este mês.
Desta vez, o projeto é trazer o presidente e a candidata para um ato público em Maringá, na região Noroeste do Estado. Além dessa atividade, os estrategistas da campanha do senador pretendem organizar uma reunião entre Lula, Dilma e os representantes das cooperativas no Paraná.
O presidente estadual do PT, Ênio Verri, disse que a data está sendo discutida com o presidente, já que sua agenda para ajudar na campanha de Dilma se restringe aos finais de semana, para não provocar a Justiça Eleitoral.
A intenção é juntar Lula e Dilma com os representantes de cooperativas, um setor com o qual Osmar sempre teve uma estreita ligação, mas que é refratário ao PT. “Nós queremos fazer um debate com o setor de cooperativas é muito forte no Estado. Nós já conversamos com a indústria. Agora, temos que ampliar esse debate para o agronegócio”, disse o dirigente estadual do PT. Na visita anterior, Lula e Dilma tiveram um encontro com os empresários em Curitiba.
Reação
A vinda de Lula e Dilma na região Norte pode ser fundamental para rebater a estratégia do principal adversário do pedetista, o tucano Beto Richa que, desde o início da campanha, vem acusando Osmar Dias de ter se aliado ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). A fórmula da campanha de Beto tem sido a de estabelecer um vínculo entre a candidatura do pedetista e as ocupações de terras, o terror dos proprietários rurais.
A mesma conexão que afeta a ex-ministra Dilma Rousseff, que também enfrenta resistências desses setores à sua candidatura. Nacionalmente, a campanha tucana propaga que se eleita, Dilma incentivaria invasões de terras.
Em resposta, Osmar tem dito que não mudou sua posição sobre ocupações de terras, mesmo tendo se aliado ao PT. Também já divulgou levantamentos mostrando que nos sete anos de governo Lula e do ex-governador Roberto Requião, o número de invasões de terras teve uma redução de 50% no Estado, em comparação com o governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso e do ex-governador Jaime Lerner.
Osmar Dias prometeu ainda implantar uma versão local do programa Paz no Campo, do Ministério do Desenvolvimento Agrário. “Trabalharemos em conjunto com a Ouvidoria Agrária Nacional nas principais diretrizes do programa, que tratam da prevenção de tensão social no campo, da capacitação de mediadores de conflitos sociais e na mediação de conflitos agrários”, disse, em declaração publicada no seu site de campanha, onde também define como “má fé” as tentativas de associá-lo às ocupações.