O senador Osmar Dias (PDT) fez ontem o primeiro movimento concreto para desistir da disputa ao governo e apoiar a candidatura do ex-prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB).

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Em ofício enviado ao diretório nacional do PDT, Osmar pede autorização para fechar uma coligação com os tucanos em que seria candidato ao Senado e indicaria o candidato a vice-governador, tal como havia sido proposto pelo PSDB há algumas semanas.

O documento encaminhado ao diretório nacional tem data de quinta-feira (17) e foi apresentado à direção estadual do PSDB no final da tarde de ontem. Assinado pelo senador Osmar Dias e pelo presidente estadual do PDT, deputado Augustinho Zucchi, o ofício também pede o aval para fazer aliança com outros partidos aliados ao PSDB na disputa para a Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa.

A cópia do pedido de Osmar a Lupi foi levada a Beto Richa pelo deputado Augustinho Zucchi e pelo prefeito de Bandeirantes, Celso Benedito da Silva. Osmar pede que a direção nacional do PDT responda ao pedido em três dias. A convenção do PDT está marcada para o próximo sábado (26). Osmar não irá à convenção do PSDB marcada para hoje, em Pinhais.

Café

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A carta do senador Osmar Dias ao diretório nacional do PDT surpreendeu algumas lideranças do PT que estavam envolvidas nas conversas com o senador para tentar construir uma candidatura única da base do governo Lula no Paraná.

O deputado estadual Ângelo Vanhoni (PT) tomou café da manhã com o senador e disse que o pedetista estava refletindo sobre o caminho a tomar na sucessão estadual.

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“Eu entendi que o senador ainda não havia decidido. Até porque existe uma situação favorável para que ele seja candidato ao governo, liderando as forças progressistas do Estado”, afirmou.

O presidente estadual do PT, Ênio Verri disse não acreditar que a carta de Osmar Dias ao PDT nacional altere o patamar das negociações de PT e PMDB com o senador pedetista.

“Passamos o dia conversando sobre a consolidação desta aliança. Falei com o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, que já tinha falado com o Lupi (Carlos Lupi, ministro do trabalho e homem forte do PDT nacional) e me garantiu que está valendo tudo o que já estava encaminhado, inclusive com a palavra do Pessuti (que, anteontem, admitiu desistir da candidatura)”, disse.

“Não vi essa carta, pois estamos na estrada, mas tive conhecimento de que ela é datada de ontem (anteontem). Quem sabe foi uma consulta feita antes do aprofundamento das conversas? Prefiro acreditar que está valendo tudo o que já temos acertado”, concluiu.

Presidente estadual do PDT, o deputado Augustinho Zucchi disse que a carta não revela a decisão do diretório estadual. “É uma consulta formal. Para sabermos se a Executiva nacional autorizaria ou não a coligação. Havendo a autorização é que o Osmar vai decidir se faz ou não a coligação. Se não for autorizado, nem terá o que decidir, pois não haverá embasamento legal para nos aliarmos ao PSDB”.

Osmar, que, mais uma vez, não atendeu à reportagem, limitou-se a, via twitter, comentar que “o documento encaminhado ao PDT Nacional é apenas a consulta formal sobre proposta feita pelo PSDB”.