O senador Osmar Dias não admite alianças sem ideologia política. |
O senador Osmar Dias (PDT) deixou claro anteontem à noite na sede da ACP (Associação Comercial do Paraná), em Curitiba, que não se submete a alianças eleitorais que contrariem sua trajetória política.
Ao comentar a legislação eleitoral, que impôs a verticalização das coligações nos Estados, o pedetista disse que não se sente obrigado a dividir palanques com candidatos com os quais não têm afinidade político-ideológica. “Apesar da lei, não me sinto obrigado a trilhar os mesmos caminhos de pessoas que não têm o mesmo caráter, a mesma conduta ética e nem a mesma moral que a minha”, afirmou o senador.
As declarações de Osmar foram feitas durante jantar de posse da nova diretoria da Caciaspar (Coordenadoria das Associações Comerciais, Industriais e Agrícolas do Sudeste do Paraná), que reuniu os candidatos ao governo Roberto Requião (PMDB), Rubens Bueno (PPS), Beto Richa (PSDB) e ainda o candidato a vice-governador da Frente Trabalhista, Luiz Forte Netto (PDT). O senador não citou nomes desta vez, mas em ocasiões anteriores já havia se posicionado da mesma forma ao justificar sua recusa em subir no mesmo palanque que o outro candidato ao Senado da Frente Trabalhista, o deputado estadual Toni Garcia (PPB).
As restrições do senador não se dirigem apenas a Garcia. Osmar também recusou o vínculo com o secretário-geral do PTB, Emerson Palmieri, que pretendia ser o seu 1.º suplente na chapa para o Senado. O pedetista não disfarça seu mal-estar em se unir a adversários antigos -como o presidente nacional do PTB, deputado federal José Carlos Martinez e setores do PPB – na defesa da candidatura do senador Álvaro Dias (PDT) ao governo.
Dobradinha
O candidato do PMDB ao governo do Estado, senador Roberto Requião, que também estava no jantar da ACP, captou o constrangimento de Osmar e propôs ontem em Rebouças uma dobradinha informal entre o pedetista e o candidato do PMDB ao Senado, Paulo Pimentel.
Em entrevista por telefone ao programa Tribuna na TV, da TV Iguaçu, Requião elogiou a postura de Osmar. “Achei a atitude dele firme e muito boa”, disse. Ele afirmou que Osmar faz bem em recusar o apoio do que chamou de “más companhias”.
Defesa já está no TRE
Os advogados do candidato do PMDB ao Senado, Paulo Pimentel, apresentaram ontem ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) os documentos atestando que ele se encontra afastado da direção das suas empresas desde o dia 3 de abril. A data demonstra que Paulo está habilitado a concorrer às eleições, ao contrário do que tentaram argumentar seus adversários, que estão tentando impugnar sua candidatura. O pedido de impugnação de Paulo foi protocolado por candidatos do “nanico” PTC, sigla que serve como linha auxiliar do também candidato ao Senado Toni Garcia.
Os assessores jurídicos protocolaram um documento comprovando que, naquela data, foi encaminhada à Junta Comercial a ata com o registro do desligamento de Pimentel das empresas. No entanto, a Junta Comercial não fez a anotação e apenas ontem, emitiu certidão corrigindo as informações incorretas fornecidas ao TRE.
O edital convocando a assembléia geral, quando se deu o afastamento de Pimentel, foi publicado em março. E, no dia 3 de abril, dentro do prazo legal, deu-se a reunião e expediu-se o comunicado à Junta Comercial. Paulo mandou uma carta para a direção da autarquia, exigindo explicações sobre essa falha.
Os advogados do peemedebista explicaram ainda que a vinculação do candidato a uma outra empresa, a Editora Tibagi, não acarreta inelegibilidade. (E.C.)