Foto: Geraldo Magela/Agência Senado |
Osmar Dias vai lembrar a Lula que ele apoiou Requião em 2006. continua após a publicidade |
Por mais que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se esforce, vai ser difícil convencer o senador Osmar Dias a tirar o PDT do palanque à reeleição do prefeito Beto Richa (PSDB) em Curitiba.
No encontro que terá com Lula na próxima semana – a conversa deverá ser na terça ou quarta-feira – Osmar dirá ao presidente Lula que se sente livre para continuar aliado ao PSDB sem nenhum tipo de remorso, já que o petista apoiou seu adversário, o governador Roberto Requião (PMDB), nas eleições de 2006.
Lula já pediu aos partidos da coalizão que permaneçam aliados nas eleições municipais, principalmente nas capitais e colégios eleitorais maiores. Na semana passada, em almoço com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o senador já avisou que não há possibilidades de o partido se separar de Beto para lançar candidato próprio em Curitiba, como quer o PT. ?Para nós, as coisas estão definidas. Nossa posição não se altera. Em 2006, o presidente não se manteve neutro. Então, eu tenho autoridade moral para dizer o que penso e manifestar nossa posição. Eu disse isso ao ministro e também não é novidade para o presidente?, afirmou.
Para Osmar, a posição de Lula na campanha eleitoral de 2006 foi decisiva para que o adversário saísse vitorioso na disputa. ?Aquele fato foi determinante para o resultado da eleição. A vinda dele (a Curitiba) e o discurso que ele fez no comício foram incisivos e claros. Por que agora eu teria que mudar a minha posição??, disse o senador.
Sem volta
Ele disse que tem um longo caminho andado com o prefeito Beto Richa e que seria muito difícil mudar esse rumo agora. O senador garante que nenhum fator vai interferir nesse acordo, seja a indicação do candidato a vice-prefeito, que já o incomodou mas que está superada, ou a eleição de 2010. ?Vamos continuar mantendo o nosso compromisso. Independente de vice. E de 2010 também, porque essa discussão é para depois?, afirmou Osmar. Ele condena a antecipação desse debate. ?Há pessoas muito afoitas. Mas esse não é o momento para o debate, que deve ficar para depois?, recomendou. Assim como Osmar não vai conversar sozinho com o presidente Lula. Ele estará junto com os outros quatro senadores do PDT chamados por Lula. O grupo tem dado algum trabalho ao governo no Senado, rebelando-se em algumas votações. O ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro Filho, recebe primeiro os senadores. Em seguida, eles falam com o presidente, que já avisou que as eleições municipais estão na pauta.
Há conflitos específicos, citou Osmar. É o caso da senadora Patrícia Saboya (PDT), pré-candidata a prefeita de Fortaleza, que está bronqueada porque Lula foi à cidade e manifestou apoio ao candidato do PT. ?Todas estas situações serão discutidas?, comentou.