O senador Osmar Dias (PDT) preferiu jogar água na fervura de pedetistas e tucanos que se lançaram a uma discussão sobre quem será o candidato do grupo ao governo em 2010.
Para o senador, que disputou o governo em 2006 e já se declarou pré-candidato novamente na próxima disputa, até prova em contrário, todos os acordos continuam valendo.
“Não conversei ainda sobre este assunto com aquelas pessoas com quem sentei para construir a aliança de 2008. Até que digam o contrário, tudo continua existindo”, disse o senador, destacando que conversa freqüentemente com o prefeito reeleito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), mas que o tucano ainda não revelou seu projeto para a sucessão estadual.
“Estou sempre conversando com o Beto. Até hoje, não ouvi nem que ele é candidato nem que ele não é. Nós vamos continuar conversando”, afirmou Osmar. O pedetista também procurou mostrar que não se impressionou com as manifestações tucanas que buscam encorajar uma candidatura de Beto ao governo na próxima eleição. “É natural que um ou outro membro do partido dê sua opinião. E até que outros façam profecias. Às vezes, são equivocadas”, disse.
Em outros casos, citou o senador, prevalecem posições ditadas por interesses específicos, que podem ser dos adversários, que comemoram a divisão do grupo. Ou até mesmo dos aliados.
“Às vezes, as pessoas estão dentro do grupo, olhando para seus próprios interesses”, afirmou Osmar. Ele mencionou que, este ano, quando começou a articular a aliança de apoio à reeleição de Beto Richa, houve dúvidas sobre o sucesso da proposta. “Mas prosperou tanto que, não apenas foi a responsável pela grande vitória em Curitiba, como foi vitoriosa em vários municípios do Paraná”, afirmou.
Diálogo
De 2006 para cá, Osmar disse que o nível de entendimento entre ele e Beto somente melhorou. “O entendimento entre nós cresceu. Não diminuiu. Se as pessoas quiserem criar intrigas, que façam. Eu vou continuar conversando sobre um projeto. Vou continuar trabalhando”, disse.
O pedetista criticou o excesso de preocupação com a eleição de 2010. “Eu não estou aflito. Algumas pessoas estão aflitas. Parece que o mundo está acabando, que a carreira está acabando”, declarou o senador.
Para ele, são naturais as declarações do deputado federal Gustavo Fruet, apontando que o projeto nacional do PSDB pode determinar uma candidatura própria dos tucanos ao governo no Paraná.
“Todos os partidos pensam em candidaturas próprias”, comentou o senador. Em 2006, Osmar teve apoio parcial do PSDB, que se dividiu. Uma ala preferiu se aliar ao projeto de reeleição do governador Roberto Requião (PMDB).
Dissidência
Sobre a eleição em Londrina, onde o deputado federal Barbosa Neto, que disputou a prefeitura pelo PDT no primeiro turno, decidiu apoiar Antonio Belinati (PP), Osmar comentou que não houve desobediência ao partido.
O senador afirmou que o diretório municipal do PDT decidiu liberar o voto dos filiados após a realização do primeiro turno. E que ele, como presidente estadual do PDT, optou pela candidatura do deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB), porque sempre teve o tucano como aliado.