O senador Osmar Dias (PDT) disse ontem que o partido está passando por uma reestruturação visando as eleições municipais do ano que vem. ?Trata-se de um ajuste que mira obviamente a campanha majoritária de 2010. Estamos construindo uma aliança trabalhista que conta, além do PDT, com o PTdoB, PTC e PTN. Vamos deixar claro para quem se coligar conosco que todos vêm juntos?, afirmou durante uma visita ao empresário Paulo Pimentel.
Ele negou que já seja pré-candidato ao governo do Estado, mas disse que se fosse novamente convocado pela legenda, teria mais tempo para se preparar para concorrer ao cargo. ?O lançamento tardio da minha candidatura em 2006 foi devido a problemas de saúde e a decisão de verticalização, que na época me tirou as alianças com PSBD e PFL. Fui obrigado a reconstruir minha base. Se for candidato novamente, terei mais tempo para construir um projeto mais sólido?. O senador disse que o partido irá discutir com o PSDB parcerias nas cidades do Estado onde o apoio mútuo será benéfico.
Mesmo com a possibilidade de concorrer ao governo novamente, o senador afirma estar mais atento a seu mandato no Senado, que termina em 2010. ?Estou tão atento à minha atuação no Senado que consegui arquivar os precatórios que o governo do Paraná teria que pagar e iriam paralisar as contas do Estado. Os senadores paranaenses estão à disposição do governador, ao contrário do que ele diz. Só é preciso pedir ajuda?, disse, aproveitando para alfinetar o governador Roberto Requião.
Apesar da provocação, Dias afirmou que já é hora de Requião parar com o que classificou de ?retaliação? à Curitiba devido ao apoio que obteve do prefeito Beto Richa no segundo turno das eleições para o governo do Estado, que estaria fazendo deixando de repassar recursos estaduais para o município. ?Esta vingança atinge exatamente as pessoas que ele, que se diz um governante de esquerda, deveria proteger. Ou seja, as mais necessitadas?.
Fidelidade
Osmar Dias aproveitou para opinar sobre a interpretação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que as vagas no legislativo pertencem ao partido, e não ao candidato, dizendo tratar-se de um passo importante para a moralização da fidelização partidária. Ele revelou que o diretório nacional do PDT irá pedir a aplicação desta regra nos municípios onde tenha perdido vereadores, o que no Paraná afeta câmaras de cidades como Cascavel e Londrina, por exemplo. ?Esperamos que se aplique a interpretação?, afirmou, completando que acredita que isto cause disputas na Justiça comum, já que não existe uma decisão definitiva da TSE sobre a questão.
