O ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, consultou o ex-senador Osmar Dias (PDT) na última sexta-feira sobre seu interesse em assumir a vice-presidência de Agronegócios do Banco do Brasil. A conversa entre os dois se deu em telefonema esta semana, quando Palocci quis saber o que o pedetista achava da proposta.
A direção nacional do PDT já tem como certa a ida de Osmar para o cargo, que concentra uma fatia considerável dos recursos para o financiamento da agricultura no país. A carteira de Agronegócios do BB tem 1,5 milhão de clientes distribuídos entre agricultores familiares e médios e grandes produtores. O ex-senador prefere ser mais cauteloso.
“O que eu recebi foi uma consulta. Não foi um convite”, comparou Osmar, candidato ao governo do Estado em 2010, numa coligação que teve o PT e o PMDB como aliados no palanque, que foi também o da presidente Dilma Rousseff (PT) no Paraná.
O cargo agrada ao senador, que tem uma experiência consistente na área e vê na posição uma oportunidade para continuar atuando em um setor ao qual sempre foi ligado. Na conversa com Palocci, entretanto, deixou claro que não está à procura de compensação por ter aberto o palanque para a presidente Dilma no Paraná.
“Se for para participar efetivamente e contribuir com o país e o estado, aceitarei. Mas não vou para o governo federal apenas se for para compensar um esforço que fiz na campanha”, afirmou o senador, que tem conversado frequentemente com o ex-presidente Lula, nas últimas semanas, mas garante que a participação no governo não entra em pauta. “O Lula me liga e pede opinião. Nós trocamos ideias sobre muitas coisas. Mas não sobre cargos. Ele nem está nisso agora. E nós sempre nos entendemos”, disse.
A área de agronegócios está num momento particularmente bom, avalia Osmar sobre sua possível nova função. “O agronegócio é importante para a economia do estado. E seria uma posição em que poderia comprovar como sou parceiro dos agricultores, das cooperativas. É um setor em que aproveitaria todo o conhecimento que armazenei em minha vida”, disse Osmar, que deixou o Senado em fevereiro, após cumprir dois mandatos.
A vice-presidência de Agronegócios do Banco do Brasil era um dos cargos para o qual estava indicado o ex-governador Orlando Pessuti (PMDB). O nome de Pessuti constava em uma lista entregue a Palocci pela direção nacional do PMDB.
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