O senador Osmar Dias (PDT) aceitou a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de começar um processo de diálogo com o PT no Paraná, mas somente depois das eleições deste ano e desde que não implique quebra de coerência das suas posições.
Em conversa ontem de manhã, no Palácio do Planalto, Lula perguntou sobre as possibilidade de aproximação entre os dois partidos nas eleições municipais deste ano e ouviu de Osmar que não há nenhuma.
O senador paranaense relatou que explicou ao presidente que o PDT mantém o compromisso de aliança para a reeleição do prefeito Beto Richa (PSDB) em Curitiba. ?Não é vingança. É coerência?, justificou o senador, ao relatar fragmentos da conversa que teve com o presidente Lula, com quem tratou também sobre a pauta do Senado. Na semana passada, em entrevista a O Estado, Osmar disse que não havia margem para mudança de posição, tendo em vista que o presidente Lula apoiou a reeleição do governador Roberto Requião (PMDB) em 2006.
Foto: Agência Senado |
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Osmar: compromisso com Beto. |
O presidente Lula não insistiu no assunto aliança, nem agora e nem depois, mas lembrou pontos comuns da história do PT e PDT. Segundo Osmar, ele citou que, apesar das pequenas desavenças com o ex-governador Leonel Brizola, fundador do PDT, sempre houve afinidades entre o PDT e o PT. ?Ele não falou em eleição, mas em entendimento. Ele quer que o PT e o PDT iniciem uma conversa para o futuro. Eu acho possível, se puder manter a coerência?, comentou.
Sem convite
O senador garantiu que o presidente não abordou o assunto mudança de ministros, que pudesse sugerir um convite a ele para substituir Reinhold Stephanes na Agricultura, como tem sido cogitado. ?O Stephanes é paranaense e tem nosso apoio?, comentou o senador.
No início do segundo governo de Lula, Osmar quase foi ministro. E o convite teria sido para a área ocupada por Stephanes. O atual ministro contou com o apoio do governador Roberto Requião, que teria trabalhado contra a indicação de Osmar.
Foto: SMCS |
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Beto continua aliado. |
Um convite para Osmar ocupar um ministério é visto por setores do PDT e do PT como a única fórmula que permitiria alterar a posição do PDT na eleição municipal, em Curitiba.
Se Osmar entrasse na equipe de Lula, não iria se envolver na campanha em Curitiba e poderia ocorrer o que o PT local deseja: o lançamento de uma candidatura própria do PDT na capital.
Um grupo no PDT de Curitiba trabalhou essa proposta nos primeiros meses deste ano, mas diante das posições desencorajadoras de Osmar frente a um rompimento da aliança com os tucanos, a idéia está em banho maria. O pré-candidato era o suplente de deputado federal Wilson Picler.
