Contrariado com as declarações de dirigentes e deputados do PT do Paraná, o senador Osmar Dias (PDT) disse ontem que, a partir de agora, irá se dirigir somente ao presidente Lula para encerrar ou retomar as negociações sobre as alianças no Paraná.

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“Eu comecei esta conversa com o presidente Lula e é com ele que eu vou terminar”, disse o senador. Osmar disse que não tem ainda um encontro marcado com o presidente da República, mas que não está com pressa. “Eu dependo da agenda do presidente”, disse o pré-candidato do PDT ao governo, acrescentando que não vai polemizar com o presidente estadual do PT, Enio Verri, que anunciou terça-feira passada a suspensão das negociações.

Verri disse que não havia mais como prosseguir as conversas com o senador diante da exigência do PDT de ter a ex-presidente estadual do PT Gleisi Hoffmann como candidata a vice-governadora.

Verri justificou que Osmar já havia concordado com a manutenção de Gleisi como candidata ao Senado. Para Osmar, Verri não é a pessoa adequada para relatar as posições adotadas pelo PDT nas várias reuniões realizadas para costurar a aliança entre os dois partidos.

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“Quando eu estava conversando com o presidente Lula sobre a aliança, o Enio Verri estava lá no governo do Requião. Então, eu pouco conversei com ele e não há como ele dizer que nunca dissemos as nossas condições para a aliança”, provocou o pedetista.

Sem brincadeira

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Para encerrar o que chama de bate-boca, o senador pedetista exigiu ontem que o deputado federal André Vargas viesse a público esclarecer uma nota divulgada anteontem, quando insinuou que o pré-candidato do PDT fazia algum tipo de exigência adicional, além da indicação de Gleisi, para fechar o acordo eleitoral com o PT.

Em outra nota, Vargas disse que a outra exigência era a atração do PMDB para a aliança. “Eu exigi que ele dissesse que exigência era essa. Porque comigo, eles não vão ficar brincando. Fazendo notinhas insinuando coisas. Eu fiz uma proposta republicana, política, civilizada. E não vou aceitar gracejos e maledicência de resposta”, reagiu Osmar.

Em outro momento, Vargas comparou o senador a personagem de música funk, afirmando que o pedetista se comportava como “tchutchuca” quando estava conversando com o presidente Lula.

“Ele está querendo imitar o Requião. Nesse nível não converso. Mas eu vou ser bem tigrão para dizer ao presidente Lula que não vou apoiar a Dilma no Paraná se continuar sendo desrespeitado por petistas do Paraná”, reagiu Osmar.

Ele lembrou que, há cinco anos, apoia o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Senado. “E faço isso de forma republicana. Não cobro por esse apoio como algumas pessoas fazem. Então, o mínimo que eu posso ter é uma resposta civilizada. Eles têm a obrigação de ser respeitosos comigo”, disse.