Voto 2010

Osmar critica Beto por impugnar pesquisas

As pesquisas de intenções de votos se transformaram em tema de debate nesta campanha eleitoral. Não pelos números, mas pela falta deles.

Sempre avesso a comentar pesquisas eleitorais, o senador Osmar Dias, candidato ao governo pelo PDT, atacou ontem o adversário, Beto Richa (PSDB), acusando-o de privar o eleitor paranaense das informações sobre o desempenho dos seus candidatos. “Não é possível que o Paraná seja o único estado em que o cidadão tenha desrespeitado o seu direito de saber como está a eleição. Por que o nosso estado é diferente?”, questionou o candidato pedetista, que criticou a estratégia da campanha tucana de requisitar judicialmente a suspensão dos resultados das pesquisas eleitorais realizadas nos últimos dez dias.

O maior prejudicado com a decisão dos juízes do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) é o eleitor, afirmou o senador. “É um traço de autoritarismo num país democrático”, acrescentou Osmar.

Ele lembrou que as coligações partidárias maiores possuem suas próprias sondagens, o serviço de tracking, que monitora diariamente a tendência de votos dos eleitores, que mantém os candidatos abastecidos com as informações sobre as inclinações eleitorais do cidadão na campanha.

Para o senador, apenas uma situação pode justificar a investida tucana contra os institutos de pesquisas. “Não gosto de comentar pesquisa, mas jamais pedi a proibição na Justiça. Cabe apenas uma pergunta: eles estariam proibindo as pesquisas se estivessem boas para eles? Cabe a cada um refletir para chegar a uma resposta”, ponderou. E emendou: “E por que não questionaram antes, quando todas as pesquisas eram favoráveis ao meu adversário?”, argumentou.

O embate sobre as pesquisas se transformou em notícia em um site de um centro de estudos sobre o Jornalismo nas Américas, vinculado à Universidade do Texas, nos Estados Unidos.

O site informa que o candidato Beto Richa pediu a impugnação das pesquisas. A informação foi acrescentada a um arquivo de notícias sobre decisões que proíbem os meios de comunicação brasileiros de divulgar notícias durante as eleições de 2010. Os dados foram colocados no “Mapa da Censura Eleitoral” produzido pelo Centro Knight para o Jornalismo nas Américas.

Em nota, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) manifestou discordância com a decisão e disse que considera medidas judiciais dessa natureza como censura prévia e violação ao princípio da liberdade de expressão assegurada pela Constituição Federal.

“O intuito de subtrair à opinião pública informações sobre o andamento da disputa eleitoral fica evidenciada pelo fato de que as edições anteriores das mesmas pesquisas, enquanto apontaram vantagem do reclamante, não foram por ele questionadas”, diz a nota.

Tucanos falam em mordaça

A campanha de Beto Richa respondeu às críticas do adversário, divulgando a informação de que o senador foi autor de um projeto de lei no Senado que prevê alteração na legislação eleitoral sobre as pesquisas, estabelecendo a obrigatoriedade de os institutos informarem a margem de erro à Justiça Eleitoral.

Apresentado em 2007, o projeto prevê punição aos institutos de pesquisas que não consigam prever resultados aproximados das eleições, nos dez dias anteriores. A pena é de detenção dos responsáveis e multa no valor de até R$ 200 mil.

Para os tucanos, Osmar tentou “amordaçar” os institutos de pesquisa. A campanha tucana destacou que o senador pedetista apresentou o projeto cinco meses depois de perd,er as eleições ao governo em 2006.

À época, todas as pesquisas apontavam que seu adversário de então, o candidato ao Senado pelo PMDB, Roberto Requião, venceria por uma vantagem equivalente a 8%. No final, Osmar perdeu por pouco mais de dez mil votos.

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