Os prefeitos do PDT que apoiaram a reeleição do governador Roberto Requião (PMDB) estão na mira do senador Osmar Dias. Presidente licenciado do partido no estado, o senador espera ter em mãos, na próxima semana, um quadro completo do comportamento dos prefeitos durante os dois turnos da campanha eleitoral deste ano. Osmar disse ontem, em entrevista à rádio Band News, que o estatuto do partido é claro quanto à punição que deve ser aplicada aos infiéis: a expulsão.
Osmar quer saber quantos e quais são, oficialmente, os prefeitos que trabalharam contra a sua candidatura ao governo. ?Eles deveriam deixar o partido antes de serem expulsos. Se não tiveram uma posição coerente na eleição, não podem continuar?, afirmou o senador.
O pedetista disse que, durante a campanha eleitoral, houve pressão do governo do estado sobre os prefeitos e que, muitos deles não subiram ao palanque de Requião por vontade própria. ?Eles foram cooptados e pressionados de uma forma jamais vista no estado?, disse.
Meio a meio
O PDT elegeu 44 prefeitos. Mas muitos deixaram o partido um pouco antes do início da campanha e outros, durante o processo eleitoral. Mas no calor da disputa, não formalizaram a desfiliação junto ao diretório estadual. O vereador Jorge Bernardi, da executiva estadual, afirmou que pelo menos a metade dos prefeitos do partido fez campanha para Osmar.
Já o presidente em exercício do partido, Augustinho Zucchi, disse que os resultados serão apresentados na reunião do diretório estadual prevista para o final do mês. ?Não podemos cometer injustiças?, comentou.
Zucchi afirmou que os casos serão analisados individualmente e que, aqueles que não demonstraram firmeza na participação da campanha de Osmar podem perder o controle dos diretórios nos municípios. ?Prefeitos que tiveram o governador como opositor e, depois, aliaram-se a ele, não podem continuar a ter o partido a seu serviço no município?, disse.
Sem mudanças
Osmar garantiu, durante a entrevista a Band News, que não pretende deixar o PDT. Ele criticou a condução do partido na disputa eleitoral deste ano, repetindo que foi um erro da direção nacional lançar a candidatura do senador Cristovam Buarque à presidência da República. Para Osmar, essa posição influenciou o resultados das eleições no Paraná, ao atrapalhar a composição que ele pretendia fazer oficialmente com o PSDB. No primeiro e segundo turnos, o senador pedetista teve o apoio parcial dos tucanos. Uma outra ala esteve com Requião.
O senador desmentiu especulações recorrentes sobre seu ingresso no PSDB. ?Não existe possibilidade de eu sair do PDT. Nós vamos organizar o partido para as eleições municipais?, disse. O expurgo dos prefeitos que traíram sua candidatura é a primeira etapa da reorganização para a eleição.