Osmar ainda sem licença para tucanar

O PDT do Paraná terá que esperar mais alguns dias para saber se poderá fazer aliança com o PSDB no Paraná. A convenção nacional do PDT, ontem em São Paulo, sacramentou o apoio à pré-candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff (PT) à presidência da República e delegou aos membros da executiva a decisão sobre acordos eleitorais pedetistas nos estados. Um dos participantes da convenção, o senador Osmar Dias espera que até a próxima terça-feira, a executiva nacional pedetista se posicione. Pré-candidato ao governo, Osmar e o PDT terão que decidir se levam adiante o projeto ou se aceitam a proposta do PSDB para coligação. Os tucanos oferecem a candidatura ao Senado para Osmar e a indicação do candidato a vice-governador em troca do apoio à candidatura ao governo do ex-prefeito de Curitiba Beto Richa.

Apesar de a executiva analisar individualmente as ponderações de cada estado, Osmar acredita que haverá deliberação geral para todas as propostas de alianças diferentes das estabelecidas nacionalmente. “Acho que o partido vai adotar a mesma regra para todos os estados, embora vá analisar caso a caso”, afirmou. Porém, em um ponto não restam muitas dúvidas depois da convenção de ontem. O apoio ao candidato do PSDB à presidência da República, ex-governador José Serra, não será permitido nos palanques estaduais. “A tendência é que se restrinja o apoio a Serra”, disse Osmar.

Osmar Dias deixou a convenção do PDT antes da chegada de Dilma Rousseff, que esteve no encontro e discursou para o partido. Ex-pedetista, Dilma citou personagens históricos do partido, como o antropólogo Darcy Ribeiro, os ex-presidentes João Goulart e Getúlio Vargas, além do ex-governador Leonel Brizola, relacionando-os às conquistas democráticas da história recente do País. “Somos a continuidade desse processo histórico”, pontuou.

Em busca da empatia dos militantes, a presidenciável relacionou as trajetórias de PDT e PT. “Hoje concretizamos esta aliança. De um lado, temos a tradição democrática dos movimentos sociais e sindicais que carrega o PT. De outro lado, a gente tem a tradição de luta contra o golpe, de afirmação da soberania do nosso País, a tradição na luta pela educação levada pelo Partido Democrático Trabalhista”, afirmou.

O ex-presidente Getúlio Vargas também foi homenageado pela pré-candidata petista. “Já houve quem disse que era necessário virar a página do getulismo. Não se vira a página de quem nos deixou a Petrobras, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), o salário mínimo e a proteção aos trabalhadores”, disse a ex-ministra. A presidenciável estava acompanhada do pré-candidato ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante (PT), dos pré-candidatos ao Senado Marta Suplicy (PT) e Netinho (PCdoB) e do presidente Nacional do PT, José Eduardo Dutra.