O senador Osmar Dias (PDT) disse ontem que a renúncia do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), ao cargo, anunciada para o dia 30, não tem repercussão sobre a condução de sua pré-candidatura ao governo do Estado.
As conversas com o PT e outros partidos da base aliada do governo do presidente Lula, assim como outros que o apoiaram na eleição de 2006, seguem no mesmo ritmo, afirmou Osmar.
“Não há nenhuma ligação entre a renúncia e a formação da aliança”, disse o senador, esvaziando as expectativas de que poderia acelerar seu acordo com o PT devido à consolidação da candidatura do ex-aliado tucano. “Que o prefeito iria ser candidato, parece que já estava definido desde a eleição de 2008. Onde é que está a diferença? Desde quando minha candidatura depende do Beto? Se ele vai renunciar, vamos disputar a eleição”, comentou Osmar.
Antes de anunciar os aliados, há um roteiro a seguir, apontou o senador. A primeira etapa é a assinatura da carta de princípios, não apenas pelo PT e PDT, mas por todos os partidos que vierem a compor a coligação, afirmou.
“Só faço alianças em cima de uma carta de princípios, de um projeto de governo, que envolva todos os partidos que virão conosco. Esse é o roteiro. Fora dele, não dá. Não sou pautado pelos adversários”, afirmou.
A saída do prefeito do cargo, abreviando o mandato para concorrer a eleição, é um tema para análise dos eleitores que o elegeram, disse o senador. Mas como também contribuiu para a eleição de Beto, a quem apoiou em 2008, o senador acrescentou: “O mandato dele vai até 2012. Quem tem que avaliar é a população de Curitiba. Mas quem assume o compromisso de governar por quatro anos, tem que cumprir”,
O rompimento entre o PMDB e o PT, que decidiu se retirar do governo estadual, também não tem impacto sobre as articulações de alianças, garantiu o senador. “Não tenho nenhuma participação nessa encrenca. Nem mesmo sei se é entre dois partidos ou entre duas pessoas. O fato é que estou conversando com o PT e estou aberto a conversar com o PMDB, sempre respeitando a candidatura do vice-governador Orlando Pessuti”, disse o senador.
Ele não demonstra pressa no fechamento das alianças. Alega que nenhum pré-candidato já definiu seus aliados. Osmar destacou que o diálogo está se dando entre todas as siglas, que buscam se posicionar. E mencionou que alguns dos partidos que conversam com o prefeito de Curitiba também tratam da sucessão estadual com o PDT.
“É por isso que eu tomo cuidado de não ficar dizendo quem está ou não conosco porque tem pré-candidato que fez e foi desmentido no outro dia. É preciso prudência para não cometer deslizes”, provocou.