Orlando Pessuti se fortalece no PMDB

O vice-governador Orlando Pessuti ainda não tem a unanimidade no PMDB para concorrer ao governo nas eleições do próximo ano, mas já conseguiu apoio suficiente, internamente, para dividir a cena com o governador Roberto Requião nos programas do partido que começam a ser exibidos no horário gratuito da Justiça Eleitoral, a partir de amanhã, 30. O PMDB será o primeiro partido a usar o horário destinado regionalmente aos partidos, em 2009.

Requião não abriu mão de declamar trechos de trabalhos do poeta português Sidónio Muralha, mas, desta vez, concordou em compartilhar o programa com Pessuti, que terá o mesmo tempo que o governador para apresentar as ações do governo do PMDB, nas emissoras de rádio e televisão. Serão vinte minutos divididos em inserções de trinta segundos e de um minuto ao longo da programação, durante a primeira quinzena de abril.

Os programas foram gravados há duas semanas e servirão como uma prestação de contas do terceiro mandato de Requião, o segundo em que Pessuti ocupa o cargo de vice-governador.

A participação de Pessuti corresponde à primeira chance que o partido está proporcionando ao vice para se aproximar do eleitorado e construir seu nome para a disputa.

Tempo certo

Embora evitem comentar sobre prazos, os peemedebistas trabalham com a expectativa de alguns meses para que Pessuti alcance dois dígitos nas pesquisas de intenções de votos.

Seria o patamar mínimo para que possa continuar a postular a indicação, que ainda é vista com reservas por grupos do partido que preferem apostar na perspectiva de uma aliança com o PSDB no Paraná, indicando o candidato a vice-governador. Outra possibilidade seria uma aliança com o PT e o senador Osmar Dias (PDT) que, até pela dificuldade do acordo, ainda não empolgou o PMDB.

Na pesquisa de intenções de votos realizada na semana passada pelo Instituto Datafolha e divulgada no início da semana, Pessuti oscilou entre 6% e 8%, dependendo dos adversários. Não foi suficiente para neutralizar as alas contrárias ao projeto de candidatura própria, mas proporcionou fôlego para o vice-governador ir em frente.

Pessuti considerou que se saiu bem tendo em vista que, apesar de ter exercido vários mandatos de deputado estadual, sempre disputou as eleições majoritárias como coadjuvante, o que o torna pouco conhecido da maioria dos eleitores.

Ao comentar as pesquisas, disse que ninguém pode esquecer que o atual governo ainda dispõe de 21 meses de mandato e que já vai se considerar muito bem posicionado se chegar ao patamar de 13% até o final do ano. No início do próximo ano, a partir de abril, se confirmada a candidatura de Requião ao Senado, Pessuti assume o governo.