O vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, acha que o PMDB está “botando o carro à frente dos bois” ao desencadear um debate sobre o nome que irá representar o partido em Curitiba na sucessão municipal do próximo ano. Derrotados nas últimas quatro eleições para a prefeitura de Curitiba, os peemedebistas estão com pressa na definição do candidato e se dividiram em duas correntes: uma que defende a candidatura própria e outra que trabalha pelo apoio ao líder do governo na Assembléia Legislativa, o petista Angelo Vanhoni.
“Estamos estabelecendo um conflito desnecessário. Temos um ano para definir candidaturas e alianças e já estamos brigando desde agora. O que deveria ser um processo de fortalecimento do partido, pode acabar por nos enfraquecer”, afirmou o vice-governador. Ele e o secretário de Desenvolvimento Urbano, Renato Adur, são os convidados da reunião com a executiva estadual do PMDB que realiza a sua segunda reunião com integrantes do governo para estreitar as relações com o partido.
Para o vice-governador, a discussão está deslocada no tempo. Pessuti considera que, a princípio, todo partido tem que buscar candidaturas próprias. “O partido tem que buscar candidaturas próprias em todos os municípios, inclusive em Curitiba. Temos também que discutir alianças, mas já começar a falar em nomes não faz sentido. Do jeito que esse processo está sendo colocado, é ruim para o PMDB e também para a aliança. Apoiar a aliança dessa forma desmerece o partido. Rejeitar a aliança desmerece o nosso aliado, o PT. A hora de decidir tudo isso não é agora”, afirmou o vice-governador.
Pessuti acredita que o PMDB deveria estar buscando formar de se revigorar neste momento. “É hora de somar e não dividir. Toda essa discussão tem que ser feita de forma tranquila com as bases peemedebistas, as lideranças de Curitiba e sobretudo tem que ter a participação do governador Roberto Requião”, afirmou.
Moderação
A assessoria do governador informou que ele já conversou com o presidente do PMDB de Curitiba, Doático Santos, e com o presidente estadual do partido, deputado federal Gustavo Fruet. Pediu moderação aos dois nas declarações e que deixassem a disputa para o momento adequado, que segundo o governador, é no próximo ano. Deixou claro que não quer antecipação da discussão.
Mas o PMDB de Curitiba já marcou para amanhã uma reunião com lideranças do PT para fazer o que está sendo chamado de “troca de idéias” sobre o projeto eleitoral do próximo ano. Pelo menos dois secretários do governador, Maurício Requião (Educação) e Luiz Claudio Romanelli (Habitação), participam da conversa. Romanelli assegurou que não serão citados nomes de candidatos. Disse que é precipitado falar em nomes, mas que o PT e o PMDB precisam abrir o diálogo em Curitiba para construir um projeto para a cidade.