Eleição

Orestes Quércia aproxima Requião do PSDB

Envolto em mistério, o PMDB do Paraná começou anteontem, 6, em São Paulo, a buscar uma alternativa de aliança eleitoral para 2010, no rastro dos movimentos que vêm sendo feitos pela cúpula nacional em direção ao PSDB.

O primeiro passo foi dado em encontro entre o governador Roberto Requião, o presidente estadual do PMDB, Waldyr Pugliesi, o ex-governador Orestes Quércia, o presidente nacional do PMDB, Michel Temer, e articuladores da candidatura do governador de São Paulo, José Serra, à Presidência da República. A participação de Serra na conversa não foi confirmada.

Pugliesi não quis identificar os interlocutores tucanos, mas confirmou que, ao primeiro contato, irão se suceder outros. Mas para começo de conversa, até uma possibilidade de candidatura de Requião a vice na chapa de Serra foi cogitada.

Porém, segundo o relato do presidente do PMDB, o governador fez questão de declarar seu apreço pela pré-candidata do PT à presidência da República, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e lembrou que o PT integra o seu governo.

Arquivo
Requião: tem muita conversa.

“A política é a arte da conversa. Os caras, lógico, estão em cima. Eles querem o apoio do PMDB. Mas tem muita conversa pela frente”, disse Pugliesi, sobre as intenções dos tucanos paulistas, que buscam o apoio do governador do Paraná e, por extensão, do PMDB do Estado, para a candidatura de Serra.

Pugliesi deu a entender que, à medida que o PT do Paraná investe num acordo com o PDT, sinalizando a possibilidade de apoiar a candidatura do senador Osmar Dias ao governo, o PMDB vai em busca de alternativas para 2010. O presidente do PMDB disse que, apesar da proximidade com o PT, as questões nacionais podem influenciar na posição do partido no Estado.

Desencontros

A cúpula do PSDB paranaense silenciou sobre as negociações entre o governador paranaense e o grupo de Serra. O presidente estadual do partido, Valdir Rossoni, não quis comentar o assunto. “Não sei de nada”, esquivou-se o presidente do partido.

Agência Brasil
Temer: novos encontros.

Um dos tucanos que admitem a composição com o PMDB no Estado, o líder da bancada, deputado Ademar Traiano, comentou que um acordo regional seria mais difícil e que, por enquanto, para o PSDB do Paraná, o aliado ainda é o PDT do senador Osmar Dias.

“Uma aliança nacional do PMDB com o PSDB tem influência na eleição estadual. Nós não vemos nada de anormal nisso. Mas aqui, a situação é outra. A menos que alguém tire o time, o acordo é com o PDT”, afirmou o líder da bancada.

Um dos impedimentos citados por Traiano é de cunho prático. Ele disse que os tucanos não aceitariam um acordo que resultasse numa chapa conjunta com os peemedebistas para a eleição proporcional. “Se eles colocarem isso como condição, ninguém concordará”, afirmou.

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