Os prefeitos eleitos na Região Metropolitana de Curitiba terão um grande aliado em suas administrações. Ontem, no Centro Integrado dos Empresários e Trabalhadores do Paraná (Cietep) da Federação da Indústria do Paraná (Fiep), os prefeitos e representantes das chapas vitoriosas nas últimas eleições tiveram o primeiro encontro com membros do Observatório Regional Base de Indicadores de Sustentabilidade Metropolitano de Curitiba (Orbis MC), que lhes passaram dados sobre aspectos relevantes da região.
A idéia do Orbis é servir de suporte às autoridades e empreendedores para que através da compilação e análise de dados possam formular políticas públicas mais eficientes. Segundo a coordenadora do Orbis, Luciana Weber, no próximo ano, o observatório trará não só dados frios relativo à renda, população, educação, etc, mas sim, esses dados dentro da conjuntura e da realidade de cada município. "Hoje apresentamos alguns dados sobre a pobreza. Esses dados são do Censo 2000 e mostram uma situação preocupante, apesar da queda em 24% desses índices entre 1990 e 2000", contou.
Segundo os dados apresentados aos prefeitos, 420 mil das 3,1 milhões de pessoas que vivem na RMC estão abaixo da linha da pobreza, ou seja, têm renda per capita de meio salário mínimo. O estudo também apresenta aqueles considerados no índice de indigência, com renda per capita de um quarto de salário mínimo. Curitiba tem 4% de indigentes. Araucária, Campo Largo, Pinhais e São José dos Pinhais tem 7% de indigentes. Esse índice sob para 10% nos municípios de Almirante Tamandaré, Campina Grande do Sul, Lapa, Fazenda Rio Grande, Mandirituba, Piraquara, Quatro Barras e Rio Branco do Sul. Numa das regiões de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado, formada por Adrianópolis, Agudos do Sul, Balsa Nova, Bocaiúva do Sul, Campo Magro, Cerro Azul, Contenda, Doutor Ulisses, Itaperuçu, Quitandinha, Tijucas do Sul e Tunas do Paraná, o percentual de indigentes chega a 20%. "Mas é importante destacar que devido à realidade das cidades, alguém que é considerado indigente num desses municípios, pode viver melhor que alguém que ganha um salário mínimo na capital", explicou.
Repercussão
A prefeita eleita de Campina Grande do Sul, Nelise Cristiane Dalpra, gostou da iniciativa. "Precisamos mesmo de informações globais, que nos dêem condições de resolver os problemas em conjunto." A nova prefeita de Bocaiúva do Sul, Lindiara Santana Santos, considera que a disponibilização de indicadores significa maior credibilidade na hora do município buscar parcerias e investidores. "A gente trabalha com mais segurança", analisa. "O Orbis é uma ferramenta de auxílio para a implantação de políticas públicas eficientes", explicou o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures.