A oposição do Senado vai protocolar um pedido de impeachment de Michel Temer na próxima segunda-feira, 28, na Câmara. O anúncio foi feito em um Congresso Nacional esvaziado, típico das sextas-feiras, em que a minoria que participava da sessão plenária no Senado aproveitou para falar sobre a saída de Geddel Vieira Lima do governo federal e seus desdobramentos para a gestão do presidente da República, Michel Temer.
A sessão foi presidida por uma das mais ferrenhas opositoras da gestão peemedebista, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que também se manifestou sobre o assunto. No plenário, ela pediu que o presidente renuncie ao cargo e convoque eleições diretas. Outro petista presente na sessão, o senador Lindbergh Faria (RJ) confirmou que a oposição vai se reunir afinar o pedido de impeachment.
“Estamos trabalhando com nossa assessoria jurídica, construindo uma peça. Falei com a líder da oposição na Câmara dos Deputados, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que está conversando com movimentos sociais e com personalidades da sociedade civil, para ver quem vai assinar esse pedido de impeachment”, informou ele.
Para Lindbergh, o pedido de impedimento deve ser apresentado por ser “inadmissível” o uso da presidência da República para “pressionar” um ministro de sua gestão. “Esse é um caso claro de crime de responsabilidade, de advocacia administrativa, de tráfico de influência. Se o presidente Temer fez isso com um ministro da Cultura, para intervir num empreendimento imobiliário na Bahia, fico a pensar nos outros ministérios. O que estaria acontecendo com o pré-sal, que envolve multinacionais petroleiras?”, atacou o senador.
Paralelamente à articulação capitaneada pelo PT, a bancada do PSOL na Câmara dos Deputados já anunciou que vai protocolar na segunda-feira (28) um pedido de impeachment do presidente Temer. “Agora sim estamos diante de um crime de responsabilidade”, escreveu o líder do Psol na Casa, Ivan Valente (SP), em nota divulgada pela assessoria de imprensa.