Após quase dois anos a bancada de oposição da Câmara Municipal de Curitiba fechou as doze assinaturas necessárias para protocolar requerimento de criação de CPI para investigar denúncias de caixa 2 na campanha à reeleição do prefeito Cássio Taniguchi (PFL).
Ainda assim, não há garantias de que ela seja instalada. O Regimento Interno da Casa só permite a abertura de três comissões de cada vez. Atualmente funcionam a da Telefonia, dos Combustíveis e dos Acidentes de Trânsito. E foram protocolados mais três pedidos de comissões para investigar o cancelamento do programa SuperSopa, o aumento da criminalidade em Curitiba, e as denúncias de caixa 2 na campanha do PMDB ao governo. “Isso foi uma manobra regimental para não dar espaço para esta. Mas a fila não precisa ser respeitada, se houver um convencimento dos vereadores a do caixa 2 passa na frente”, explicou André Passos (PT).
A oposição festejou as assinaturas: “Estamos vivendo um momento histórico. Há mais de quinze anos o bloco de oposição não consegue protocolar uma CPI de sua iniciativa. Este é o maior escândalo eleitoral já confirmado no país, e é preciso que a sociedade tenha uma resposta”, afirmou Paulo Salamuni (PMDB), líder do bloco.
Desde 13 de novembro de 2001 a proposta está pronta, mas na época apenas nove vereadores assinaram. Para Salamuni, a comissão está agora nas mãos da população. “A instalação cabe a sociedade civil, que terá que cobrar a investigação”, opinou.
O bloco pretende sair às ruas, mobilizar população e entidades de classe para pressionar os demais vereadores.
Nas escadarias em frente à Câmara dezenas de pessoas segurando faixas pediam a instalação da CPI. O clima esquentou quando funcionários da Prefeitura apareceram com cartazes pedindo a investigação de um suposto caixa 2 na campanha do PMDB. Houve empurra-empurra, gritaria, acusações de ambos os lados, e alguns manifestantes mais exaltados rasgaram cartazes.
