A oposição decidiu retirar o requerimento que pedia a convocação do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado. A ação ocorreu depois que a base aliada escalou seus principais líderes para derrubar a proposta, que já estava em votação.

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A estratégia de retirar o requerimento é para que o tema possa ser reapresentado novamente em outra sessão. Autora da proposta, a senadora Marinor Brito (PSOL-PA) disse que vai esperar pelas explicações do ministro à Procuradoria-Geral da República (PGR) para tentar novamente chamar Palocci na comissão. “Retirar não significa desistir de ouvir o ministro. Ele deve uma prestação de contas à Casa e vamos exigir isso em outro momento”.

A sessão da comissão foi concorrida. Líderes partidários que não fazem parte da comissão, como Humberto Costa (PT-PE), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Gim Argello (PTB-DF), também estavam presentes à sessão. A base trabalhou para que a votação fosse no tempo mais breve possível e tentou impedir até que muitos parlamentares de oposição tivessem direito a falar durante a reunião.

Durante a discussão do requerimento, Marinor considerou “hipocrisia” a justificativa do ministro de que não pode divulgar o nome de seus clientes devido a cláusulas de confidencialidade. “A linha que separa o ético e o antiético, o lícito e o ilícito foi quebrada”. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) destacou que a oposição busca assinaturas para uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso e sugeriu que a convocação dele na comissão poderia resolver o problema sem a necessidade de uma investigação parlamentar.

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O líder do DEM, Demóstenes Torres (GO), destacou que o faturamento da empresa de Palocci é similar aos das maiores consultorias do País, que têm dezenas de funcionários. “O Brasil inteiro quer saber como o ministro ganhou tanto dinheiro em tão curto período.”

O líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), cobrou o afastamento do ministro da função até que as denúncias sejam esclarecidas. Ele afirmou ainda que esta atitude deveria partir da presidente Dilma Rousseff. “O silêncio da presidente Dilma consagra a cumplicidade”. Disse ainda que a blindagem do governo a Palocci é “prevaricação”.

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Defesa

Governistas defenderam o ministro. O líder do PT, Humberto Costa (PE), disse que não se pode acusar Palocci sem provas. “Várias das coisas que foram ditas e levantadas pela imprensa são suspeitas, ilações, dúvidas. Acusações formais, provas daquilo levantado, não surgiram.” Para o petista, a oposição insiste no tema por interesse político. “O que está por trás destes fatos não é a busca da verdade, do esclarecimento, é a busca da disputa política.”

O líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), afirmou que a questão está sendo alimentada “obsessivamente”. Disse que “não há nada a explicar”. Calheiros afirmou ainda que se há algum aperfeiçoamento a se fazer na lei ele tem de ser feito, mas sem implicar no caso de Palocci.

Na semana passada, a oposição já tinha sido derrotada na Câmara ao tentar convocar Palocci. Naquela Casa, os governistas impediram as comissões de funcionar e numa votação em plenário decidiu-se pela rejeição de requerimento sobre o tema.