Parlamentares da oposição rejeitaram nesta sexta-feira, 20, o nome do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, como candidato à vaga deixada pelo ministro Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF). “Não tem a menor condição. Apesar de muito estudo, é uma pessoa em descompasso com a democracia”, afirmou o líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP).

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O líder do PCdoB, Daniel Almeida (BA), também rechaçou a especulação em torno do nome do ministro da Justiça. “Até aqui, ele (Moraes) se revelou um trapalhão, um incompetente. A indicação seria um desastre”, avaliou.

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Os oposicionistas sabem que a escolha do novo ministro pelo presidente Michel Temer terá também um caráter político, mas lembram que, em se tratando de um ministro que julgará as questões envolvendo a Operação Lava Jato, haverá um peso político maior do que o normal.

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Excluídos pela primeira vez nos últimos 14 anos do processo de escolha de um ministro do STF, deputados do PT e do PCdoB apostam que Temer receberá grande influência do PMDB e indicará alguém com o perfil do ex-ministro Nelson Jobim. “Vão procurar alguém próximo do PMDB”, prevê o deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA).

Zarattini criticou o abuso de prisões preventivas na Lava Jato e as pressões para que os presos façam delação premiada. Para ele, um perfil parecido com Jobim seria elogiável porque ele costumava respeitar as garantias individuais dos acusados. “Se fosse na linha do Nelson Jobim seria excelente”, disse.

Moro

Como revelou o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, a bancada do PR na Câmara está articulando o apoio à indicação do juiz federal Sérgio Moro. Mesmo com os impeditivos legais, o líder da bancada paranaense, deputado Toninho Wandscheer (PROS-PR), afirmou que fará a coleta de assinatura entre os 30 deputados da bancada em apoio a Moro. “Como colocamos o (Edson) Fachin no STF, então seria um orgulho ter o Sérgio Moro lá”, pregou.

Wandscheer afirmou que Moro não só é habilitado para a vaga, como pode influenciar decisões por seu conhecimento sobre as investigações da Operação Lava Jato, ainda que não possa julgar todo o processo como ministro. “O Brasil não vai viver só de Lava Jato”, declarou.

Para o deputado, a promoção de Moro abriria espaço para outros juízes paranaenses assumirem a condução da investigação sobre o maior esquema de corrupção no País.