O DEM, o PSDB e o PPS vão usar as pesquisas de intenção de voto para constranger o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e pressioná-lo a definir a sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto o mais cedo possível. Ontem, no almoço em que a cúpula dos três partidos dividiram a mesa, o senador Sérgio Guerra (PE), que comanda os tucanos, e o deputado Rodrigo Maia (RJ), que preside o DEM, previram Serra em queda contínua, contra a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), em ascensão constante.
“É melhor assumir logo isso”, aconselhou Maia, diante da observação geral de que a pré-candidata petista crescerá ainda mais com a exposição no programa partidário do PT em cadeia nacional de rádio e TV, marcado para 10 de dezembro. “Não é fácil manter candidatos que não se lançam, não fazem propaganda e respeitam a lei”, disse Guerra. Embora ninguém tenha descartado o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), como alternativa da oposição na corrida presidencial, o alvo das cobranças é Serra, porque ele é quem mais resiste a assumir logo a condição de pré-candidato e por liderar as pesquisas eleitorais.
O almoço dos dois chefes da oposição aconteceu um dia depois de pesquisa CNT/Sensus mostrar que Dilma, com 21,7% das intenções de voto, está a 10 pontos porcentuais do tucano, que tem 31,8%. Nesse cenário, além de Serra e Dilma, o Sensus incluiu como pré-candidatos os nomes de Ciro Gomes (PSB) e Marina Silva (PV). Essas porcentagens alarmaram a oposição.
Em fevereiro, o Planalto traçou como meta para Dilma encerrar o ano “entre 15% e 20%”. Um mês e meio antes do prazo, a pré-candidata já atingiu o objetivo. Em fevereiro, ela tinha, em pesquisa CNT/Sensus, 13,5% das intenções de voto, contra 42,8% de Serra.
A oposição também mostrou apreensão com a escolha de João Vaccari Neto para tesoureiro do PT e previu campanhas muito caras nos Estados, por causa da “gastança” do governo. “O PT nomeou um tesoureiro ambicioso”, disse Guerra.