Depois de uma semana marcada pela troca de ofensas entre o PT e o PSDB, que culminou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamando o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), de “babaca”, a oposição preferiu não elevar o tom das críticas e pôs panos quentes na briga pré-campanha eleitoral. A estratégia dos oposicionistas é não bater boca com Lula.
“Quando ele (Lula) faz comentários de baixo padrão, não vou respondê-los no mesmo nível. Não é esse o nível da discussão política que um Presidente da República deve manter”, afirmou Sérgio Guerra, ao lembrar que Lula é conhecido por “não controlar seu vocabulário”.
Para o líder tucano no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), o presidente Lula está “visivelmente se excedendo e faltando com o respeito”. “Não estão encarando com naturalidade a possibilidade de alternância de poder”, ponderou Virgílio.
O presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), considerou as declarações de Lula agressivas. “Foi surpreendente essa declaração. Para quem tem uma aprovação de mais de 80% da população não faz muito sentido”, argumentou Maia.
“Uma declaração como essa mostra o desequilíbrio e a insensatez do presidente Lula. É absolutamente intolerável para quem pretende ser um estadista”, disse o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).
Na primeira reunião ministerial do ano, Lula elevou o tom da disputa entre o PT e o PSDB e partiu para o ataque, chamando Sérgio Guerra de “babaca”, além de afirmar que o tucano está “desconectado da realidade” e falar apenas “bobagem”.
A reação do presidente foi uma resposta às críticas de Guerra ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT ao Palácio do Planalto.