Foto: Arquivo

Lugo: pivô da crise.

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Sem conseguir o amparo oficial da Assembléia Legislativa para constituir uma comissão especial de investigação sobre a participação do secretário de Comunicação Social, Airton Pisseti, na campanha presidencial do Paraguai, os deputados de oposição decidiram recorrer ao Ministério Público Estadual.

A assessoria da liderança do bloco divulgou ontem à tarde que, na próxima segunda-feira, 25, será protocolada uma representação junto ao MP para que a instituição investigue o secretário. A representação seria assinada por todos os deputados de oposição, que têm feito repetidos pronunciamentos na tribuna da Assembléia Legislativa sugerindo que Pisseti usou recursos públicos para colaborar na campanha do ex-bispo católico Fernando Lugo, no Paraguai. Lugo é o candidato da Aliança Patriótica por Mudanças, de oposição ao atual governo, que apóia Blanca Avelar, do Partido Colorado. O outro candidato é o general da reserva Lino Oviedo, da União Nacional de Cidadãos Éticos.

O secretário não negou seu envolvimento na campanha. Mas diz que viaja nas horas de folga e pagando suas despesas. A oposição diz que tem indícios do contrário e pretendia ir ao Paraguai em busca de provas. A mesa executiva considerou que não era necessário institucionalizar a investigação e recusou a autorização para criar a comissão.

Anteontem, o deputado Jocelito Canto (PTB) apresentou um levantamento em que supostamente Pisseti teria viajado nove vezes ao Paraguai, entre setembro do ano passado até agora. Ainda de acordo com o deputado, Pisseti teria se ausentado durante vários dias úteis, quando deveria estar cumprindo expediente no Palácio Iguaçu.

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A liderança do governo prometeu desmontar o calendário de viagens apresentado por Jocelito, mas a oposição ganhou mais um argumento para bombardear o secretário. Além de acusar o secretário de crime de responsabilidade, a oposição também acha que o delito pode ser imputado ao governador Roberto Requião (PMDB). ?Não faz o menor sentido que o contribuinte paranaense pague os salários de um funcionário público para que ele dedique boa parte de seu tempo para trabalhar na campanha política de um outro país. O crime de responsabilidade também estaria sendo cometido pelo governador Roberto Requião, que autoriza seu auxiliar a abandonar o trabalho para se dedicar a atividades políticas em outro país?, disse o líder da oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB).

Requião declarou apoio a Lugo no início do mês, quando fez a mensagem de abertura dos trabalhos legislativos deste ano. O governador disse que, ao revelar sua posição, esperava responder às dúvidas da oposição sobre o assunto.

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