Por sugestão do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, a oposição pode negociar um acordo com o governo na Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, para permitir que a Venezuela ingresse no Mercosul. O relator da proposta, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), admite rever seu parecer contrário à participação da Venezuela, desde que o governo Hugo Chávez assine compromisso se comprometendo a respeitar os protocolos políticos e econômicos do Mercosul, que passam por garantias democráticas e econômicas, como o respeito à oposição e à propriedade privada.

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O prefeito passou três horas e meia em audiência pública na Comissão, onde relatou fatos sobre desrespeito aos direitos humanos e falta de liberdade de expressão. Ainda assim, argumentou que o Estado não pode ser confundido com o governo, “que é circunstancial” , e pediu aos senadores que adotem uma “fórmula” conciliatória: “Que a Venezuela se enquadre ao Mercosul e que o governo dê garantias de respeito e acatamento aos protocolos assinados”.

Ledezma disse que é um defensor da integração e ponderou que, “quanto mais isolado estiver o presidente Chávez, mais perigoso ele será para a integração e a paz”. A votação na comissão está marcada para esta quinta-feira.

Não foi só o pedido do prefeito que sensibilizou a oposição. Pesa na boa vontade do relator tucano em acionar a consultoria jurídica, para ver em que base poderia modificar seu relatório, uma constatação de ordem pragmática: “O governo tem voto para passar o trator sobre a oposição”, reconheceu Tasso.

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