Ainda sem ter recebido um convite formal para reunião com a presidente Dilma Rousseff, a oposição decidiu que vai preparar uma pauta própria para eventual encontro no Planalto e já antecipou que não aceitará a restrição do debate à reforma política.
Dilma recebe lideranças da base aliada nesta quinta-feira (27) para debater a proposta de um plebiscito sobre a reforma polícia, um dos pactos propostos por ela como resposta às manifestações que tomaram as ruas do País nas últimas semanas.
Os líderes na Câmara do PSDB, Carlos Sampaio (SP); do DEM, Ronaldo Caiado (GO); e do PPS, Rubens Bueno (PR), se reuniram pela manhã para buscar uma estratégia conjunta para o tema. Eles acertaram que não aceitarão a ideia do governo de debater apenas a questão do plebiscito com os parlamentares.
“Não está na pauta das ruas como ponto tópico a questão da reforma política. A população está cobrando melhorias na educação, na saúde e no transporte, além do combate à corrupção”, disse Sampaio. “Pela forma como a presidente está tratando o assunto, parece que nada do que é pedido nas ruas é contra o governo”, complementou Bueno.
Na visão desses líderes, a proposta do plebiscito é apenas para desviar o foco das insatisfações populares. “Não temos nada contra plebiscito, mas temos a capacidade de diagnosticar quando uma proposta é honesta e quando é uma cortina de fumaça para esconder outras mazelas”, afirmou Caiado.
Segundo os parlamentares da oposição, a intenção é reunir as executivas dos três partidos para construir uma pauta conjunta para levar a Dilma. Deve constar na agenda da oposição ações nas áreas de saúde, educação, mobilidade urbana e combate à corrupção.