Derosso é presidente por mais dois anos. |
Por 26 votos a 6 a chapa única de João Cláudio Derosso (PSDB) foi eleita para comandar a Mesa Executiva da Câmara Municipal de Curitiba pelos próximos dois anos. Apesar da tentativa do bloco de oposição em suspender a sessão, o pedido de liminar foi indeferido pelo juiz da 1.ª Zona, e a sessão teve início às 14h. A nova Mesa é formada por Derosso na presidência; Fábio Camargo (PSC) como primeiro vice; Sabino Picolo (PSDB) como segundo vice; e nas secretarias Osmar Bertoldi (PSDB); Celso Torquato (PMDB); Jotapê (PSB) e Julieta Reis.
Os votos foram abertos, e Paulo Salamuni e Marcelo Almeida (ambos do PMDB), André Passos, Adenival Gomes e Tadeu Veneri (todos do PT) e Ricardo Gomyde (PCdoB) votaram nulo. Jair Cézar (PSDB), Clair da Flora Martins e Jorge Samek (os dois do PT) chegaram após o início da sessão, e não puderam votar.
Derosso passa a ser, em toda a história da Câmara, o presidente que ocupou por maior tempo o cargo, assumindo agora seu quarto mandato, o que irá totalizar oito anos à frente da presidência da Casa. Segundo ele vários projetos deverão ser apresentados nos próximos anos, e o principal deles será a reforma na Câmara. “Pretendemos fazer uma reformulação física para podermos preservar o prédio. Para isso devemos construir um novo plenário, entre o anexo um e dois. O prédio irá comportar novos gabinetes, assim como a TV Câmara, que não pôde ser instalada ainda porque este prédio é tombado pelo patrimônio”, explicou.
De acordo com Derosso, todo o processo de escolha da Mesa foi feito da forma mais democrática possível. “Foi difícil fazer uma composição de Mesa, a costura foi complicada. Conversamos com o PT e PMDB para uma possível composição, mas infelizmente não foi possível contemplar os doze partidos. Sempre fomos democráticos e abertos ao diálogo”, esclareceu.
Para Mário Celso Cunha (PSB) a oposição está contestando a eleição porque este é seu papel. “O que eles sabem fazer é reclamar. Esta foi uma das eleições mais democráticas que a Câmara já praticou. Será que só seis vereadores estão certos e 26 estão errados? Houve a publicação e só os desatentos e desinformados não foram buscá-la”, disse. “Não houve golpe, houve o cumprimento do Regimento Interno”.
André Passos (PT) garantiu que continuará contestando a eleição. “Vamos recorrer até o fim, até o Supremo Tribunal Federal. A discussão não é o Derosso ter ganho, mas sim regulamentar a proporcionalidade da Mesa Executiva”.
Pronunciamentos
Os vereadores que votaram tiveram tempo de cinco minutos para justificar o voto e falar sobre a eleição. Os mais exaltados foram Paulo Salamuni e Mário Celso. Já Celso Torquato aproveitou para justificar sua participação na Mesa. “Tentamos lançar uma chapa mas não conseguimos. Fomos liberados para votar e agora eu represento o PMDB na Mesa”, disse. Apesar de Marcelo Almeida e Salamuni terem reprovado sua decisão, o vereador não pensa em sair do partido. “Nunca traí o PMDB, não cometi nenhuma falha com o partido”.
Para Marcelo Almeida, a atitude de Torquato prejudica o PMDB além da Câmara Municipal. “Ele começa a inviabilizar a campanha do Gustavo Fruet para a Prefeitura. O Celso não tem legitimidade para escolher, porque ele sempre jogou com a bancada do Cássio Taniguchi (PFL), se recusando inclusive a assinar a CPI do Caixa 2”, afirmou. Cabe agora ao partido tomar as medidas contra o vereador.