Oposição insistirá na criação de CPIs

No início da semana, o bloco de oposição da Câmara Municipal de Curitiba elegeu o novo líder que ficará no cargo pelos próximos seis meses. O vereador Paulo Salamuni (PMDB) é o novo comandante do bloco, e afirma que a principal meta é instalar Comissões parlamentares propostas pela oposição. Esta é a segunda vez que Salamuni assume o cargo, e agora acumula a função com a de líder do PMDB.

Segundo o vereador, a aproximação das eleições não deve interferir na formação do bloco. “Os três partidos têm perspectiva de lançar candidatura própria, mas teremos que ter maturidade para que isso não interfira no trabalho da Câmara”, avalia. “O bloco de oposição é uma conquista da Câmara, que começou nesta legislatura. Hoje ele é composto pelo PT, PMDB e PDT, mas esperamos poder contar também com o PPS na obtenção das doze assinaturas necessárias para a instalação da CPI do Instituto Curitiba de Informática (ICI)”, conta.

A insistência no PPS deve-se ao posicionamento que o partido teve nas eleições de 2000, quando o vice do então candidato Ângelo Vanhoni (PT) era José Maurino, do PPS. “Além disso, nas últimas eleições o Rubens Bueno apoiou, no segundo turno, a candidatura do Requião (PMDB)”, lembra. “Vamos buscar ampliar o bloco, trazendo o vereador Antônio Bueno. Vamos conversar com ele e com as lideranças do PPS para termos um posicionamento definitivo.”

Os seis vereadores do PT – Adenival Gomes, André Passos, Roseli Isidoro, Paulo Lamarca, Nilton Brandão e Pedro Paulo -, os quatro do PMDB – Salamuni, Celso Torquato, Luiz Felipe Braga Cortes e Reinhold Stephanes Júnior -, e Jorge Bernardi do PDT já se comprometeram em votar com a bancada. E no caso de faltar apenas uma assinatura para a instalação da Comissão, caso Antônio Bueno não se integre ao bloco, há a possibilidade de o vereador Marcelo Almeida, que está licenciado enquanto ocupa o cargo de diretor geral do Detran, retornar à Câmara.

CPI

De acordo com Paulo Salamuni, três assuntos merecem ser transformados em CPI pela Câmara: o ICI, o mobiliário urbano, que apresenta um erro no edital, e a compra do prédio do Instituto Previdenciário Municipal de Curitiba (IPMC). A primeira comissão que deverá ser proposta é da do Instituto Curitiba de Informática. “Há um consenso dos partidos de oposição de que o ICI é uma caixa-preta, com tentáculos em diversos municípios do Brasil. Estamos mantendo contato com vereadores do Recife e de Ribeirão Preto, que também querem investigar”, afirma.

Para o vereador o primeiro questionamento deve ser com relação ao fato de o ICI ser considerado uma Organização Social de Interesse Público (Osip). “Com isso ele fica dispensado, em alguns casos, de licitação. O interessante é que desde 98 nenhuma outra Osip foi aprovada. Além disso, as ações do instituto não estão claras, são muito nebulosas, os contratos não estão explicados, inclusive o com a Sanepar. Vamos pegar todo o material que temos e partir para a coleta de assinaturas ainda este mês”, adianta Salamuni.

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