Em clima de festa, com direito a muito balão e fanfarra, o prefeito do Rio de Janeiro, Cezar Maia, e o presidente licenciado do diretório nacional do PFL, Jorge Bornhausen, receberam ontem o título de cidadão honorário de Curitiba em concorrida cerimônia realizada no Centro de Eventos Curitiba Master Hall.
No mesmo evento foi homenageado o presidente do diretório regional do partido, deputado Abelardo Lupion. As presenças do senador Osmar Dias (PDT), do prefeito Beto Richa (PSDB), além de deputados e vereadores de várias siglas, deram ao ato um caráter supra-partidário, ao mesmo tempo em que sinalizaram para as movimentações relativas a alianças para as eleições do ano que vem.
"É muito fácil fazer coligação quando há uma proximidade natural. A presença do senador já demonstra as afinidades, posição comum de oposição. Não há dificuldade em esses partidos estarem juntos. Prefiro ficar no centro, mas é cedo para uma posição definitiva", observou prudentemente o senador Bornhausen.
Ao falar da pré-candidatura do prefeito César Maia à Presidência da República, o presidente nacional do PFL explicou que a escolha teve início em dezembro do último ano, para permitir um contato mais amplo com realidade do País e o diálogo: "Estamos nos organizando com um programa para o País (que deve sair até março de 2006), para podermos chegar a um conjunto de propostas", adiantou.
César Maia acrescentou que "está sendo construída uma candidatura a partir de um diagnóstico do governo federal e da refundação do partido". Se Bornhausen admitiu a coligação, o prefeito do Rio criticou abertamente a verticalização, que qualificou como "um erro que engessa a política brasileira".
Críticas
"Tanto o governo federal quanto o estadual não correspondem ao que há de moderno no poder administrativo, não oferecem a eficiência necessária. Aqui (no Paraná) também falta capacidade administrativa. Temos visto as conseqüências nacionais", atacou Bornhausen, ajuntando que "seria um mágico se reduzisse a apenas três os erros e as incapacidades do governo Lula".
O deputado Abelardo Lupion centrou suas críticas na gestão estadual: "O grande erro do Requião é a maneira com que conduz o Estado como um todo. Você vê que não são atitudes coerentes. Isso não é governar", afirmou. Maia evitou analisar a situação da saúde no Rio de Janeiro: "Problema de saúde pública existe em todo o País. A intervenção federal foi muita espuma para muito pouco resultado, o problema continua", observou, acrescentando que a decisão do Supremo Tribunal Federal "colocou as coisas no seu lugar" ao levantar a intervenção na maior parte dos hospitais.
Além do ex-prefeito Cassio Taniguchi prestigiaram a solenidade organizada pelo vereador Fábio Camargo, presidente do PFL municipal e autor dos requerimentos que resultaram na concessão dos títulos, o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), o presidente da Câmara Municipal vereador João Cláudio Derosso, os vereadores Sabino Picolo e Roberto Hinça (PFL), o deputado Plauto Miró (PFL) e o empresário Joel Malucelli que, depois de dez anos, deixou o PSDB e assinou ficha de filiação ao PFL.
Uma nova proposta para o País
Terminada a cerimônia, a comitiva se dirigiu ao restaurante Civita, no bairro das Mercês, para o almoço que marcou a posse do ex-prefeito Cassio Taniguchi na presidência da seção estadual do Instituto Tancredo Neves, órgão de estudos do PFL. Bornhausen e Maia, que tinham outros compromissos, não compareceram, mas o presidente nacional do ITN, deputado Vilmar Rocha (PE), se incumbiu do discurso de boas-vindas, destacando a experiência do ex-prefeito para conduzir as duas principais metas do instituto: formação política para jovens de 16 a 35 anos, e a qualificação e informação dos quadros partidários. Ele adiantou que no dia 19 o partido começa a discutir o esboço de proposta de uma nova política econômica para o País.
Taniguchi, nome que o PFL guarda na manga para pleitear a indicação de vice-governador numa eventual composição com o senador Osmar Dias, apontou a importância do papel do partido na criação de uma "massa crítica capaz de propor projetos para o Brasil", advertindo para o "arremedo de propostas isoladas que chegam a ser contraditórias", tanto na esfera federal quanto na estadual. Segundo ele, o governo do PMDB não tem uma proposta consistente de desenvolvimento para o Paraná.
Prestigiaram a posse de Cássio deputados do PFL de Tocantins e Pernambuco, a bancada estadual do partido, a bancada municipal, ex-secretários da Prefeitura, deputados e vereadores de vários partidos, inclusive o líder do prefeito, vereador Mário Celso Cunha. A ex-vice-governadora Emília Belinati e seu filho, o ex-deputado Antonio Carlos Belinati, também compareceram. (SCP)