Depois das denúncias sobre fraudes em contratos da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) que levaram ao pedido de prisão de sua mulher, Rosey Nassim, e de parte de seu secretariado, o prefeito de Campinas, Dr. Hélio (PDT), está às voltas com outro escândalo em sua gestão, agora envolvendo gastos de R$ 1 milhão com a decoração de rua do Natal de 2010 e instalação de equipamentos do carnaval de 2011 na cidade.

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Investigação realizada pelo vereador Artur Orsi (PSDB), que na Câmara Municipal pede a cassação do prefeito, aponta suposto favorecimento à Normandie Comunicação, do empresário Hugney Ferreira, genro de Francisco de Lagos, que foi secretário de Comunicação de Dr. Hélio. Apontado pelo Ministério Público como um dos principais envolvidos no esquema Sanasa, Lagos teve sua prisão requerida duas vezes este ano.

Orsi protocolou na segunda (18) representação no Gaeco – braço da promotoria que rastreia corrupção na administração pública – para abertura de procedimento sobre “atentado contra os princípios da moralidade, impessoalidade e legalidade”.

O vereador pesquisou publicação de 11 de dezembro no Diário Oficial do município na qual a prefeitura, por meio da Secretaria de Serviços Públicos, contratou a Normandie para prestar serviços de “instalação e remoção de iluminação natalina em prédios públicos e históricos, com fornecimento de material”, ao preço de R$ 500 mil. Outro procedimento, da Coordenadoria de Comunicação, garantiu a contratação da mesma empresa para a “confecção de peças artesanais natalinas”, pelo valor de R$ 250 mil, segundo publicação de 21 de dezembro.

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Já em 2011, em fevereiro, a Normandie foi contratada pela Serviços Técnicos Gerais (Setec) para a prestação de serviços de montagem e desmontagem de 56 tendas e placas metálicas para serem utilizadas pelos permissionários no carnaval promovido pela prefeitura.

O vereador destaca que a Normandie foi contratada por três órgãos distintos da administração – Secretaria de Serviços Públicos, Coordenadoria de Comunicação e Setec -, “porém todos com a finalidade de prestação de serviços em eventos relacionados com a Coordenadoria de Comunicação, sob o comando de Lagos”.

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Na ocasião em que a empresa do genro foi contratada, Lagos exercia o cargo de secretário municipal de Comunicação – ele foi titular da pasta de janeiro de 2005 a maio de 2011. Segundo Orsi, o dono da Normandie, Hugney Ferreira, “já foi funcionário da prefeitura, subordinado a Lagos na Coordenadoria de Comunicação”. Ferreira ocupou cargo em comissão de assessor especial na secretaria.

O advogado Hugo Leonardo, que defende Lagos, não se manifestou sobre a nova acusação contra o ex-secretário de Comunicação. Orientado por seu advogado, Lagos também não se pronunciou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.