As direções do PDT, PSDB e PFL vão se encontrar na próxima segunda-feira, dia 14, para uma primeira conversa oficial com o senador Osmar Dias (PDT), apontado como pré-candidato ao governo no próximo ano por uma aliança em construção entre os três partidos.
Reticente até então quanto à candidatura, Osmar tomou a iniciativa de chamar os aliados para discutir a estratégia de 2006. O convite animou o presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, um dos defensores da coligação com o PDT. "Vamos conversar sobre a candidatura dele e como os partidos vão trabalhar nesta frentona. É uma reunião de trabalho", afirmou o dirigente tucano que, assim como outros integrantes do seu partido, estava ressabiado com o ritmo, considerado arrastado, das articulações do PDT sobre seu projeto para a sucessão estadual do próximo ano.
Para o presidente estadual do PSDB, a iniciativa da reunião é o primeiro passo para consolidar a frente concebida para ser o principal oponente do governador Roberto Requião ( PMDB), candidato à reeleição. "Vamos discutir nomes para formar o núcleo da campanha e o nosso plano de governo", disse o dirigente tucano.
Desse primeiro encontro vão participar apenas os presidentes dos partidos, o que deixa de fora algumas lideranças tucanas como o presidente da Assembléia Legislativa e vice-presidente estadual do PSDB, deputado Hermas Brandão, que provocou desconforto interno e externo ao citar que o PMDB poderia ser uma opção de aliança para o PSDB do Paraná se as negociações para a sucessão presidencial indicassem para um acordo nacional entre os dois partidos. "Os presidentes dos poderes não são convidados para essa fase das conversas. Só os presidentes dos partidos. Quando a reunião for com as executivas, o Hermas vai", brincou Rossoni.
Pendências
As três forças de oposição ao governo vão conversar sobre a candidatura ao governo mas ainda pairam sobre seus projetos eleitorais algumas dúvidas de cunho legal. Uma delas diz respeito à manutenção da verticalização, a regra que obriga os partidos a reproduzirem nos estados as coligações nacionais. No caso, o obstáculo é o PDT, que se lançar candidato a presidente da República acaba amarrando os acordos estaduais.
Rossoni minimiza a situação. Segundo o dirigente tucano, se a verticalização for mantida, é um incentivo para que o PDT apóie o candidato tucano à sucessão presidencial. Os adeptos do acordo com o PDT também se sustentam numa informação do senador Osmar Dias que garante ter o compromisso da direção nacional do seu partido de considerar como prioritárias as candidaturas ao governo da sigla e de não adotar nenhuma posição na sucessão presidencial que pudesse atrapalhar as composições regionais.
Outro ponto que ainda não foi definido pelos tucanos é a posição do senador Álvaro Dias (PSDB) no processo eleitoral do próximo ano. O presidente estadual do PDT disse que, embora não haja uma definição formal, está conduzindo as negociações tomando por base as declarações de Alvaro sinalizando que não disputaria a indicação ao governo se o irmão apresentar sua candidatura. Esta é uma questão que os tucanos dizem que devem ser resolvida entre Alvaro e Osmar.