Oposição critica proposta do PT de controlar imprensa

A oposição reagiu aos termos da resolução do PT que guiará os debates no 4º Congresso Nacional do partido que começa hoje. O documento resgata a bandeira petista de aprovar no Congresso um marco regulatório para controlar os meios de comunicação e mostra preocupação em afastar a pecha de “corrupto” do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“O PT está certo. O governo Lula não foi corrupto, foi super corrupto”, diz o líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO). “O PT demonstra que a vida do partido nos últimos anos é virtual. Ignorar que (o governo passado) foi um período corrupto na vida pública do País é não enxergar a vida real”, completou o líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR).

O democrata e o tucano lembraram episódios marcantes da gestão passada, como o mensalão e as sucessivas denúncias de irregularidades na Casa Civil. Dias ressalta que a denúncia de pagamento de mesada a aliados em troca de apoio no Congresso foi tão simbólica que deu origem à “marca mensalão”.

O líder do DEM na Câmara, deputado ACM Neto (BA), questiona a tentativa do PT de dizer que um governo é menos corrupto que o outro. Ele lembra que a presidente Dilma Rousseff é tão responsável quanto Lula pelas irregularidades do governo passado já que no comando da Casa Civil era o seu braço direito no Planalto. “A responsabilidade do presente e passado deve ser compartilhada entre os dois”, afirma.

A resolução petista também atribui as turbulências no governo, que provocaram demissões na Esplanada, à oposição e à “mídia conservadora”, ressaltando a necessidade de discutir no Congresso um marco legal responsável pelo controle e fiscalização dos meios de comunicação.

“É o viés autoritário e pouco democrático do PT que tenta calar a imprensa e limitar a liberdade de expressão no Brasil”, reagiu ACM Neto. “O PT quer evidentemente censurar a imprensa a pretexto da revista Veja ter publicado as artimanhas do José Dirceu”, completou Demóstenes, em alusão à matéria que revelou o “governo paralelo” mantido pelo ex-ministro e réu do mensalão num hotel de luxo em Brasília.

Para ACM Neto, a concentração de poderes nos petistas fez com que se achassem “tão fortes” a ponto de tentarem calar a imprensa. “Mas não vejo no Congresso nenhuma possibilidade de isso avançar”, afirmou. “Cabe a um Brasil democrático repudiar as intenções do PT que, em última instância, são as intenções do próprio governo”, arrematou Demóstenes.

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