A oposição criticou nesta sexta-feira, 25, a nomeação do marido da ex-ministra Ideli Salvatti para o cargo de ajudante da Subsecretaria de Serviços Administrativos e de Conferências na Junta Interamericana de Defesa, em Washington. Ideli foi indicada em junho para assumir uma assessoria na Organização dos Estados Americanos (OEA), entidade que funciona na capital americana, conforme revelou o jornal O Estado de S.Paulo.
Para o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), essa atitude “não deixa de ser nepotismo”. “O governo está mais preocupado em resolver problema conjugal. Como sempre, o PT pensa primeiro na companheirada em detrimento dos brasileiros”, afirma. Para o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), o “loteamento” de cargos virou a regra dos governos petistas. O deputado tucano Bruno Araújo (PE) também condenou a prática. “O PT sempre dá um jeito de juntar os companheiros”, ironizou.
O Ministério da Defesa, porém, defendeu a nomeação do marido. Em nota, a pasta afirmou que Jeferson da Silva Figueiredo possui todos os requisitos para ocupar o cargo, uma vez que é segundo-tenente do Exército e tem experiência na área administrativa. O ministério também sustenta que a “nomeação se deve à mudança de sua família para o exterior” e “nada teve a ver com a alteração do decreto 2.790, de 1998, pois “a nomeação foi assinada em agosto e o decreto somente em setembro”.
A reportagem revelou que Figueiredo assume as novas funções no dia 1º de outubro. Ele vai exercer o cargo por dois anos e terá remuneração de U$ 7,4 mil, correspondente a mais de R$ 30 mil mensais. O marido de Ideli também recebeu ajuda de custo para sua ida para os Estados Unidos de cerca de US$ 10 mil, cerca de R$ 40 mil.
Sobre esses valores, a pasta também defendeu que “a jornada de trabalho é de 32 horas semanais e o honorário é o previsto na Lei de Remuneração no Exterior para o posto de 2º Tenente” e que a ajuda de custo para a mudança também é algo que está previsto.