Com apoio de boa parte da bancada de situação, a oposição na Câmara de Curitiba conseguiu, na tarde desta quarta-feira (7), a assinatura de 27 vereadores para apresentar um requerimento pedindo o afastamento definitivo de João Claudio Derosso (PSDB) da presidência da Casa. A representação será lida em plenário na segunda-feira (12).
Para ser criada uma Comissão Processante, a bancada de oposição precisava de pelo menos 20 assinaturas. O pedido foi feito com base no artigo 31 do Regimento Interno da Câmara. O vereador Jonny Stica (PT) afirmou que dois fatores foram fundamentais para a realização do requerimento. Um deles é que o pedido de afastamento por 120 dias no mesmo ano estaria ilegal, pois neste prazo é permitido somente a licença para casos de doença, o que não aconteceu com Derosso.
“Além desse prazo irregular de afastamento, o presidente exacerbou suas funções na Casa. Tantos nos atos, quanto nos gastos e nas formas como tudo aconteceu, vimos que foram motivos suficientes para a apresentação do requerimento”, apontou o vereador.
Porém, antes que seja formada a Comissão Processante, o caso poderá ser encerrado. Isto porque o vereador Emerson Prado, líder do PSDB, o qual pertence Derosso, o aconselhou a optar pelo afastamento definitivo do cargo. “Já o informei do nosso posicionamento e o aconselhei a fazer a renúncia. É a melhor decisão a ser tomada no momento. A destituição definitiva do cargo, se partir dele, será uma decisão sábia e honrosa. Essa é a decisão do PSDB em relação a isso”, cravou Prado. O presidente licenciado não participou da sessão de hoje.
Uma das justificativas de Prado e dos outros vereadores tucanos que assinaram o requerimento apresentado pela bancada de oposição da Câmara, é a preservação da instituição. “Há momentos de avançar e de recuar. Chegou o momento de recuar. Temos que pensar na instituição e o seguimento deste processo vai causar um desgaste de todos. A pressão é muito grande e precisamos trabalhar. Temos que preservar a Casa”, acrescentou o líder do PSDB.
A Comissão Processante será composta por três vereadores, escolhidos por sorteio, excluindo os membros da Mesa Executiva e os que assinaram a representação. Depois de criada, a Comissão vai decidir se haverá ou não a votação em plenário sobre o afastamento definitivo de Derosso da presidência. Para ser destituído, é preciso a concordância de dois terços dos vereadores, ou seja, 26.