Oposição busca apoio popular para exigir CPI do “caixa 2”

Com poucas chances de emplacar uma CPI na Câmara Municipal de Curitiba, a oposição ao prefeito Beto Richa (PSDB) tentará uma mobilização popular para repercutir as denúncias de “caixa 2” e compra de apoios na campanha eleitoral do ano passado.

Lideranças do PT, PMDB, PSC, PCdoB, PMN e PRTB formaram, ontem, um comitê de apuração das denúncias, que vieram à tona com a divulgação de um vídeo em que dissidentes do PRTB aparecem assinando recibos em nome de terceiros e distribuindo dinheiro para os ex-candidatos que desistiram de disputar a eleição e se desfiliaram da legenda para apoiar a reeleição de Beto.

A oposição quer ir às ruas, na sexta-feira, para colher assinaturas a serem apresentadas à Câmara para pressionar os vereadores a apoiarem a criação da CPI. Outro objetivo da mobilização será para reabrir a análise das contas da campanha do prefeito reeleito.

O grupo criou, ainda, um corpo de advogados para possíveis ações jurídicas, não descartando apresentar queixa-crime contra o prefeito, e para acompanhar o trabalho do Ministério Público e do Tribunal Regional Eleitoral.

“Queremos dar maior poder político ao movimento. E a melhor forma é com o envolvimento da sociedade. A pressão popular pode chamar todos os vereadores para que cumpram seu papel constitucional de fiscalizador”, disse a líder do PT na Câmara, vereadora Professora Josete.

Para a oposição, a informação de que a casa onde funcionou o Comitê Lealdade teria sido alugada em nome da campanha de Beto, derruba a defesa da equipe do prefeito de que o comitê era voluntário e independente, não recebendo recursos oficiais da campanha.

Para que um pedido de CPI seja protocolado na Câmara, são necessárias 13 assinaturas. Apenas os vereadores do PT (três) e do PMDB (dois) confirmaram que assinarão o documento.

Ontem, o presidente municipal do PSC, Borges dos Reis, disse que orientará o vereador do seu partido, Julião da Caveira, a também assinar. Mesmo assim, ainda faltarão sete assinaturas, que teriam de vir de vereadores da base de apoio ao prefeito.

Essa mesma dificuldade impediu a instauração de uma CPI das licitações para apurar supostas irregularidades em contratos da prefeitura com empreiteiras e corretora de seguros, no início do ano. Por isso os partidos buscam a mobilização popular.

Ontem, o Ministério Público do Paraná anunciou que também abriu procedimento investigatório para apurar as notícias de ilegalidades, das quais tomou conhecimento pela imprensa.

O MP-PR vai verificar se houve emprego de recursos não contabilizados (“caixa 2”) e eventuais crimes eleitorais. O promotor Armando Antonio Sobreiro Neto, do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Eleitorais, do MP do Paraná, informou que a instituição trabalha em sintonia com o Procurador Regional Eleitoral no Paraná, Néviton de Oliveira Batista Guedes, que acompanha a questão no âmbito do Ministério Público Federal.

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