A oposição apresentou hoje à Procuradoria-Geral da República (PGR) 18 representações para garantir que haja investigação contra a Petrobras, após senadores do DEM e do PSDB terem desistido de participar das reuniões da CPI da Petrobras. De acordo com o líder do DEM, senador José Agripino Maia (RN), o procurador-geral Roberto Gurgel sinalizou que deve acatar e instaurar investigação a partir das representações.
Criada em agosto, a CPI da Petrobras ouviu o último depoimento há duas semanas e depende agora apenas da aprovação do relatório final, em fase de elaboração pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), para ser encerrada. Jucá deverá isentar a Petrobras de qualquer irregularidade.
“Apresentamos 18 representações sobre 18 assuntos diferentes que deveriam ter sido objeto de investigação da CPI da Petrobras e não o foram porque os requerimentos de informação e de convocação de depoentes não tiveram a menor chance de aprovação”, disse Agripino. “CPI passou a ser assunto proibido neste governo. Apelaram para a tropa de choque, escolhem as pessoas (para compor as comissões de inquérito) que sejam capazes de votar contra qualquer coisa, seja qual for a causa”, completou.
Nas representações, a oposição pede investigação sobre as suspeitas de superfaturamento na construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, e ainda sobre o fato de que menos de um ano depois de serem denunciadas pelo Ministério Público por suspeita de fraudes em licitações e contratos de reforma de plataformas petrolíferas, três empresas envolvidas na Operação Águas Profundas da Polícia Federal voltaram a firmar contratos com a Petrobras. Somadas, as contratações totalizam cerca de R$ 2,3 bilhões.