Sem acesso a informações e documentos, a oposição está disposta a jogar a toalha e abandonar a CPI da Petrobras, no início desta semana. Totalmente controlada pelo governo, a Comissão Parlamentar de Inquérito acabou esvaziada depois de três meses de funcionamento.

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Nesse período, os oposicionistas não conseguiram aprovar a convocação de envolvidos em supostas irregularidades com a estatal nem consultar a papelada enviada ao colegiado.

“Defendo a tese de que a gente saia da CPI para não compactuar com essa encenação. Se continuarmos, vai parecer que estamos concordando com algo espúrio”, afirma o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), autor do requerimento da comissão. “Vamos decidir se vale a pena ou não deixar a CPI da Petrobras. É muito grave abandonar a comissão porque isso pode significar o fim das CPIs, que são um instrumento poderoso de fiscalização do governo”, pondera o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio Neto (AM).

Na terça-feira, as bancadas tucana e do DEM deverão ser reunir para decidir o que fazer. Dos 11 titulares, a oposição tem só 3 membros, o que impossibilita a aprovação de qualquer medida que desagrade ao governo e à Petrobras. “Ocorreu o que eu mais temia: o governo conseguiu manter a caixa-preta da estatal”, diz o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).

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Blindada pela tropa de choque do governo, a CPI teve 11 reuniões desde sua instalação e tomou o depoimento de meia dúzia de diretores da estatal. O relator, senador Romero Jucá (PMDB-RR), já avisou que pretende apresentar suas conclusões em dezembro.

Deverão constar propostas para melhorar a administração, como uma legislação específica para licitações. “O interesse do governo nessa CPI é descomunal. Por isso, não conseguimos avançar nada”, lamenta Dias.

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